Laudo aponta falha estrutural em ponto de ônibus que matou jovem em GO
De acordo com perito, ponto de ônibus estava condenado desde 2021. Vídeo mostra momento em que a estrutura desabou em cima do trabalhador
atualizado
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Goiânia – Um laudo da Polícia Científica aponta que o ponto de ônibus, que desabou e matou o ajudante de pedreiro Wellignton Oliveira, de 27 anos, caiu em razão de “falha estrutural por perca de resistência“. Conforme o documento, parte da estrutura estava condenada desde 2021.
De acordo com o perito Celso Faria, o pilar principal do ponto estava comprometido. Ao Metrópoles, o perito informou que era possível ver o rompimento parcial da estrutura, até mesmo pela internet.
“De acordo com imagens de internet, do Google Street View, do ano de 2021, é possível ver que a estrutura do pilar principal já estava comprometida. No dia do acidente vimos pelos destroços que, parte da estrutura apresentava marcas que tinham se rompido naquele dia, e parte apresentava que tinha se rompido muitos anos atrás”, disse o perito.
Câmeras de segurança registraram o exato momento em que o ponto de ônibus desabou e matou o rapaz, no Residencial Anhembi, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana. O caso aconteceu no último dia 8 de março e causou grande comoção em Goiás.
Pelas imagens, é possível ver que o ajudante de pedreiro Wellington Oliveira tenta segurar a estrutura de concreto, no entanto, ela cai por cima dele. O colega de trabalho da vítima conseguiu escapar.
Veja o vídeo:
Em nota, a prefeitura de Aparecida informou que interditou nove pontos de ônibus na cidade, que estariam condenados. Por meio de nota, a administração municipal informou que “em relação aos abrigos que não oferecem segurança à população, a Prefeitura de Aparecida, por meio da Superintendência de Defesa Civil, iniciou nova avaliação das condições dos abrigos dos pontos de ônibus do transporte público coletivo na cidade, inclusive interditando abrigos em condições precárias para evitar acidentes”.
Relatório
No entanto, a situação poderia sido evitada, já que um relatório completo sobre a situação precária dos abrigos foi entregue pela Defesa Civil do município a 11 órgãos ligados ao transporte coletivo. O documento foi assinado como recebido pelo gabinete do prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota), em outubro do ano passado.
Em nota, a Prefeitura de Aparecida lamentou a fatalidade e se solidarizou com a morte do trabalhador. De acordo com a administração municipal, “o sistema de transporte coletivo na Região Metropolitana é de responsabilidade e operado pelo Consórcio Rede Mob sob fiscalização da CMTC. Esclarece ainda que esse tipo de abrigo de concreto não foi instalado pela prefeitura”.
Já a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), informou também por meio de nota, que a manutenção, realocação e instalação dos pontos de ônibus são de responsabilidade das prefeituras. De acordo com o órgão, “cabe à CMTC, como órgão gestor, planejar a marcação de pontos e coordenar a instalação desses equipamentos, em atendimento à Política Nacional de Mobilidade Urbana”.
Ainda segundo o órgão, a CMTC iniciou uma avaliação minuciosa de todos os abrigos da Região Metropolitana para cobrar e ajudar as prefeitura a solucionar os problemas estruturais dos equipamentos.
Investigação
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. Segundo a corporação, o laudo da Polícia-técnico Científica, deve apontar de quem é a responsabilidade, se houve falhar e se alguém pode ser responsabilizado pela morte do jovem.
Segundo o delegado responsável pela apuração do caso, Antônio André Júnior, por não ter uma linha de ônibus ativa operando no local, o ponto de ônibus deveria ter sido desativado.