Lama destruiu pousada e funcionários desapareceram em Brumadinho
Em relação aos hóspedes da Pousada Nova Estância, ponto preferido das celebridades, não há nenhuma informação e nem mesmo nomes
atualizado
Compartilhar notícia
Cristina, Crioula, Jussara, Laís, Robinho, Camila, Heitor, Pâmela, Reinaldo. Esses nomes estão no centro de comentários e preocupações dos moradores de Córrego do Feijão, localidade mais atingida pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Todos trabalhavam na Pousada Fazenda Nova Estância, conhecida como o ponto preferido das celebridades que viajavam a Brumadinho, e estão desaparecidos desde que a enxurrada de lama a varreu do local.
Em nota de falecimento, a Associação Brasileira de Franchising lamentou as mortes de Marcio Mascarenhas, proprietário da pousada, da esposa dele e do filho do casal, porém, seus nomes não constam da lista dos mortos confirmados. Os três estavam no local. Mascarenhas foi o fundador da rede de ensino de idiomas NumberOne. Ele se afastou há dois anos da escola para comandar a pousada.
Neste domingo (27/1), o ambiente era de consternação com o desaparecimento dos amigos, muito conhecidos e queridos no lugarejo. Em relação aos hóspedes, não havia nenhuma informação – nem mesmo nomes.
“Não era horário em que a pousada estivesse cheia”, informou Núbia Maia, que já trabalhou na pousada. Ela explicou que a hora em que chegou a enxurrada de lama era a mesma em que a maioria dos hóspedes está fora, em passeios, ou fazendo seu check-in ou check-out. Assim, é possível que muita gente não estivesse lá quando ocorreu a tragédia.
Não há mais nada no lugar da pousada, a não ser lama e restos de árvores destruídas. Por causa do lamaçal, só foi possível chegar a cerca de mil metros do ponto onde ficava a sede da Nova Estância.
Base para Inhotim
O cenário de destruição contrasta com imagens do local anteriores à tragédia, disponíveis na internet. São fotos da piscina, do lago, das suítes, do restaurante, de lojas. O site da fazenda informa que havia 15 quartos, com ar condicionado. Também oferecia aos hóspedes assistência para excursões e ingressos. Era comum que hóspedes a usassem como base para visitar o museu de Inhotim.
Nas imediações, a aparência é de cidade-fantasma. Mesmo casas que não foram atingidas pela lama estão vazias. Animais – cães, cavalos, galinhas – estão soltos. Funcionários da Cemig trabalhavam para restabelecer uma linha de transmissão de energia derrubada pela torrente de rejeitos.