Nível da Lagoa dos Patos sobe e variação preocupa municípios gaúchos
As cidades de Pelotas e Rio Grande seguem em estado de calamidade pública com as mudanças de nível da Lagoa dos Patos
atualizado
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![Lagoa dos Patos em Pelotas](/_next/image?url=https%3A%2F%2Ffly.metroimg.com%2Fupload%2Fq_85%2Cw_700%2Fhttps%3A%2F%2Fuploads.metroimg.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2024%2F05%2F21062548%2FLagoa-dos-Patos-em-Pelotas.jpg&w=3840&q=75)
Os municípios em torno da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, aumentaram os cuidados por causa da oscilação do nível do corpo hídrico. No início da noite de segunda-feira (20/5), a média estava em 2,68 metros, enquanto a cota de inundação é de 1,30 metros.
Há pelo menos três variáveis mais importantes que influenciam esse nível: a quantidade de água vinda do Guaíba; os ventos mais fortes por causa de uma frente fria na região; e a maré alta.
Veja simulação feita pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), considerando ventos e outras variáveis:
Além disso, existe a chance de mais chuva na região. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta como muito alta a possibilidade de tempestades nos municípios banhados pela lagoa, com acumulados de até 150 mm até a sexta (24/5).
“Nestas condições, o risco hidrológico se agravará devido à permanência do deflúvio elevado proveniente do Lago Guaíba, cujo nível elevado pode ser acentuado pelas condições dos ventos de sul/sudeste, e devido à possibilidade de elevação dos níveis dos rios nas bacias dos rios Camaquã, Arroio Fragata e Canal São Gonçalo, rio Piratini, Arroio Grande e Jaguarão”, apontao documento.
Mais sobre a variação na Lagoa dos Patos
Relatório da Furg, divulgado no fim de semana, aponta que os níveis do corpo hídrico vão sofrer variações pelo menos até o fim do mês. E pode subir muito a partir de sábado que vem (25/5).
“De acordo com o documento, a breve análise dos resultados obtidos indica que a previsão do comportamento do nível da Lagoa dos Patos é variável e está fortemente relacionada à variabilidade da intensidade e direção dos ventos”, diz o site da universidade.
O estudo também aponta que “os resultados são afetados pela ocorrência de precipitação na bacia de hidrográfica, que variam as descargas dos corpos d’água que descargam volumes no Estuário, como é o caso do rio Guaíba, por exemplo”, continua.
Na área de influência da lagoa, cerca de 6 mil pessoas estão desalojadas.
Em Rio Grande, a lagoa está 18 centímetros mais alta que a linha do cais. Isso fez com que as inundações deixassem ruas intransitáveis e diversos serviços, como os de saúde, fossem suspensos.
A mudança de vento também fez com que Pelotas entrasse em estado de alerta. A ponto de famílias serem retiradas dos pontos onde o nível da água é mais alta. Mesmo com os diques de 3 metros de altura, construídos depois da enchente de 1941, o perigo ainda é grande.
No domingo, o vento começou a ir na direção sudoeste. A tendência era boa porque ajudou a empurrar a água para o oceano. Porém, desde a noite de ontem, a direção mudou.
São Lourenço, São José do Norte e Arambaré também declararam estado de calamidade pública.