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La Casa de Papel? Grupo que mataria Moraes usava países como codinomes

Quatro militares do Exército e um policial federal pretendiam matar Moraes, Lula e Alckmin, conforme operação deflagrada nesta terça (19/11)

atualizado

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General plano matar Lula Mario Fernandes
1 de 1 General plano matar Lula Mario Fernandes - Foto: Reprodução

Ao estilo “La Casa de Papel”, seriado espanhol cujos personagens utilizam codinomes de cidades famosas ao redor do mundo, os militares envolvidos no suposto plano de sequestro e execução do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizavam países como codinomes.

A informação consta em relatório da investigação feita pela Polícia Federal (PF), que fundamentou a deflagração da Operação Contragolpe nesta terça-feira (19/11). Ao todo, quatro “kids pretos”, que seriam militares da ativa e da reserva do Exército, e um policial federal foram alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão.

Uma das ações articuladas pelo grupo ocorreu em 2022 e foi chamada, entre os integrantes, de “Copa 2022”. O plano inicial consistia em monitorar o itinerário do ministro, em Brasília, durante todo o mês de dezembro, e realizar o sequestro e execução dele em 15 de dezembro.

O relatório da PF destaca que os envolvidos utilizaram técnicas de anonimização, ou seja, cada um adotou um codinome específico para proteger as verdadeiras identidades. Nesse caso, foram escolhidos nomes de países, como: “Alemanha”, “Argentina”, “Brasil”, “Áustria”, “Gana” e “Japão”. Em “La Casa de Papel”, os personagens se chamam, por exemplo, Tóquio, Rio, Denver, Bogotá, Nairóbi e outros.

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Mário Fernandes
O tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira
Rodrigo Bezerra Azevedo
Lula, Moraes e Alckmin foram alvos de militares
La Casa De Papel é um dos maiores sucessos da Netflix
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Seriado La Casa de Papel: personagens usam codinomes de cidades

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“Punhal Verde e Amarelo”

A ação “Copa 2022” fazia parte, segundo a PF, de um plano ainda maior. Além do sequestro e execução de Moraes, os envolvidos pretendiam, ainda, evitar a posse da chapa vencedora nas eleições presidenciais daquele ano. E, para isso, eles planejavam matar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Esse plano de golpe, com sequestro e execução de autoridades, era chamado entre os militares envolvidos de “Punhal Verde e Amarelo”. O ápice da operação, conforme a investigação, ocorreu com o princípio de realização da etapa “Copa 2022”, com ações de monitoramento e “emprego de técnicas típicas de agentes de forças especiais”.

No dia 15 de dezembro de 2022, a investigação constatou o deslocamento de um prefixo telefônico, vinculado a um dos investigados, de Goiânia (GO) para Brasília, assim como do veículo particular do major Rafael Martins de Oliveira, e de, pelo menos, um veículo oficial do Batalhão de Ações de Comandos que seria utilizado na ação criminosa.

Todos esses detalhes foram recuperados de aparelhos eletrônicos do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid. A PF conseguiu reaver arquivos deletados por ele utilizando um software israelense. De acordo com o plano, as mortes de Lula, Alckmin e Moraes ocorreriam por envenenamento. A PF apontou indícios de ação terrorista no plano.

Alvos da Contragolpe

Ao todo, foram cumpridos, nesta terça-feira, cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas em ações no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. Os alvos da operação são:

– general da reserva Mário Fernandes: foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL) e atuou como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL), ex-ministro da Saúde, entre março de 2023 e março deste ano.

– tenente-coronel Hélio Ferreira Lima: comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, e foi destituído do cargo em fevereiro deste ano;

– major Rafael Martins de Oliveira: major das Forças Especiais do Exército. Acusado de negociar com o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília;

– major Rodrigo Bezerra Azevedo;

– e o policial federal Wladimir Matos Soares.

Diante das novas evidências, Mauro Cid foi intimado pela PF a prestar novo depoimento na tarde desta terça, na sede corporação, em Brasília.

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