Kim Kataguiri afirma que Congresso está mais para tigrão do que para tchutchuca: “Vai mostrar suas garras”
Em entrevista ao Metrópoles, o deputado federal falou das expectativas após a vitória de Arthur Lira. Kim disputou a presidência da Câmara
atualizado
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Em entrevista ao Metrópoles, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) disse acreditar que o Congresso irá “mostrar suas garras”, apesar das vitórias de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o comando do Senado Federal. Os dois eleitos foram apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
“O Congresso vai mostrar suas garras assim que o Palácio do Planalto começar a descumprir os seus compromissos, e acho que isso não vai demorar para acontecer. Bolsonaro está com a ilusão de que, depois da vitória dos seus candidatos na Câmara e no Senado, ele é credor. Ou seja, tanto o deputado Arthur Lira quanto o senador Rodrigo Pacheco devem ao Palácio do Planalto essa candidatura. Mas acho que ele está se confundindo”, afirmou. Para o parlamentar, a situação é outra: “É o Palácio que deve os cargos e os ministérios que foram prometidos” (confira a partir de 5’50”).
Kataguiri disputou a presidência da Câmara dos Deputados. Recebeu dois votos contra 302 do vencedor. “Não esperava ter nem um voto além do meu. Até agora não sei de quem foi o segundo voto. Como na Câmara todo mundo é muito sincero, uns quinze já falaram que votaram em mim”, disse (0’33”).
O parlamentar, no entanto, usou o tempo reservado aos candidatos no dia da votação para fazer críticas ao governo Bolsonaro. Kataguiri chamou o presidente da República de “verme”. “Se estão incomodados de serem chamados de vagabundos, quadrilheiros e corruptos, me processa (sic) e ganha (sic) na Justiça. Sei que eles não têm colhão pra isso. Têm colhão para ficar falando na internet. Quando chega no plenário, é tudo tchutchuca do Centrão”, afirmou no púlpito.
Filho do presidente da República e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anunciou nas redes sociais que iria entrar na Justiça contra Kataguiri pelos “insultos” e “xingamentos” a ele e à sua família. Ao Metrópoles, o democrata afirmou não ter recebido nenhuma notificação oficial. “O processo não chegou até agora”, pontuou.
Na última sexta-feira (5/2), Kataguiri e o advogado Rubinho Nunes, ambos do Movimento Brasil Livre (MBL), entraram com ação popular na Justiça Federal de Brasília pedindo o afastamento do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. “Eles conduzem uma operação ilegal”, argumentou (24’30”).
Na entrevista, Kataguiri falou sobre o apoio a Bolsonaro durante as eleições de 2018: “Na época, não havia perspectiva de que seria um governo tão ruim”. O parlamentar ainda comentou o fim da força-tarefa da Operação Lava Jato e se posicionou sobre projetos que devem entrar em breve na pauta da Câmara dos Deputados, como mudanças nas regras de porte de armas e o homeschooling.
Confira a entrevista: