Kalungas recebem vacina após primeiros casos de Covid em sítio isolado
Governador Ronaldo Caiado (DEM) prometeu imunizar todos adultos do local após reportagem do Metrópoles mostrar chegada do vírus à região
atualizado
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Goiânia – O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou, nesta quinta-feira (4/3), que todos os adultos da região onde está localizado o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, no nordeste goiano, receberão a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Na quarta-feira (3/4), o Metrópoles mostrou os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus nas áreas isoladas onde vivem os kalungas.
O portal relatou que o desespero aumentou entre quilombolas após a primeira confirmação de casos de infecção pelo coronavírus em pelo menos 14 moradores do sítio histórico isolado.
Caiado anunciou a promessa em suas redes sociais. “Amanhã [sexta-feira], todos os 5.252 adultos das comunidades Kalunga de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás receberão a primeira dose da vacina contra a Covid-19”, disse ele, na publicação.
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Em Goiás, o território do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga se estende pelos três municípios e abriga grande números de idosos, reconhecidos como afrodescendentes que vivem, desde o século 19, na região, castigada até por obras de saúde abandonadas.
“Esse povo, minha gente, carrega séculos e séculos de história na pele. São pessoas que preservam sua cultura como quem cuida do bem mais precioso”, continuou o governador.
Caiado aproveitou para destacar a campanha de vacinação no estado. “Eu fiz o compromisso de cuidar de cada um dos 7,2 milhões de goianos, sobretudo dos mais vulneráveis. A emoção é grande!”, publicou.
No entanto, o número de infectados pode aumentar, já que a testagem ainda não foi realizada em grande parte da região, que tem 8 mil moradores quilombolas.
Ação
No dia 23 de fevereiro, o governador enviou 200 cestas básicas, 200 brinquedos, 300 cobertores e 10 kits de enxoval para bebê roupas a comunidades quilombolas kalungas, na cidade de Cavalcante, em parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).
Antes disso, ainda no mês passado, o Metrópoles revelou casos de kalungas passando fome após o fim do auxílio emergencial.