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Kajuru protocola pedido de CPI para investigar a Copa e as Olimpíadas

Senador goiano conseguiu, em apenas quatro horas, 32 assinaturas para instalação da comissão. O necessário eram 29

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Imagem colorida mostra o senador Jorge Kajuru (Podemos/GO)
1 de 1 Imagem colorida mostra o senador Jorge Kajuru (Podemos/GO) - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Em apenas quatro horas de trabalho após um longo recesso branco, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) conseguiu reunir 32 assinaturas e protocolou, no início da noite desta terça-feira (06/08/2019), o requerimento para que o plenário do Senado autorize a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do futebol/esportes. Cinco adesões além das 27 exigidas por lei.

Com isso, o parlamentar cumpre uma promessa da época em que era profissional de imprensa e criticava o que classificou como a “caixa preta” do futebol – principal alvo do então comentarista na época. O foco do trabalho proposto é investigar repasses feitos pela administração pública como forma de patrocínio, contrato ou convênios com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no período entre 2008 e 2018, quando ocorreram a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no país. Entre os signatários, estão os ex-jogadores Leila do Vôlei (PSB-DF) e Romário (Podemos), além de Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Álvaro Dias (Pode-PR) e Lasier Matins (Pode-RS).

O senador justifica que, mesmo com os escândalos recentes no futebol, que baniu dois ex-presidentes da CBF por corrupção, “nada mudou”. “Ainda persiste a falta de transparência e regras antidemocráticas na gestão”, diz Kajuru.

Em maio deste ano, o Comitê de Apelação da Fifa anunciou o impedimento de Marco Polo del Nero, ex-presidente da CBF, para tratar qualquer assunto em relação ao futebol para sempre. O ex-dirigente teve de pagar ainda multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 4 milhões). O antecessor dele, José Maria Marín, também foi banido do esporte. Ele deixou a CBF em 2014.

O parlamentar decidiu incluir o Comitê Olímpico Brasileiro devido à prisão do ex-presidente da entidade, Carlos Nuzman. Preso em outubro do ano passado, num desdobramento da Operação “Unfair Play”, que faz menção a jogo sujo e que estava relacionada com a Lava Jato no Rio, Nuzman é suspeito de comprar votos no Comitê Olímpico Internacional para que o Rio de Janeiro fosse escolhido sede da Olimpíada de 2016.

Críticas
Horas antes de ingressar com o pedido de instalação da CPI, a proposta já era criticada no meio esportivo. Em entrevista recente à imprensa, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, disse não enxergar com bons olhos a criação dela. Feldman teria, inclusive, sentenciado que a CPI não ajudará o esporte neste momento. Em resposta ao dirigente, o senador Jorge Kajuru foi à tribuna do Senado e rebateu: “Tanto há necessidade da criação dela que, em um só dia, conseguimos quarenta assinaturas. Está protocolada a CPI do Esporte”, declarou.

Esta não é a primeira vez que um parlamentar tenta investigar as entidades. Em particular, a CBF. Em 2015, a homônima CPI do Futebol tinha os mesmos objetivos. Ou seja, abrir a caixa preta da modalidade no país. Mas a Bancada da Bola agiu rápido. A CPI no Senado acabou encerrando seus trabalhos de forma inconclusiva: dois relatórios divergentes foram produzidos pela comissão. O texto oficial, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), não pediu nenhum indiciamento como resultado das investigações sobre contratos e negociações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e seus dirigentes.

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