Zelotes: Lula presta depoimento presencial à Justiça de Brasília
O ex-presidente é acusado de participar da venda de medida provisória para favorecer o setor automobilístico em troca de propina
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presta depoimento, nesta quarta-feira (18/02/2020), no âmbito da Operação Zelotes, na 10ª Vara Federal da Justiça de Brasília, às 14h30. A oitiva estava marcada para o dia 11 de fevereiro, mas foi remarcada devido à visita do petista ao papa Francisco, no Vaticano.
Após o interrogatório dos acusados, a ação entra em sua etapa final, com a apresentação das alegações finais – último ato dos denunciados e do Ministério Público Federal (MPF) antes da sentença.
Nesse caso, Lula é investigado por supostamente ter participado da venda de medida provisória para favorecer empresas do setor automobilístico, em troca de propina. Ele nega as acusações.
Inicialmente, o ex-presidente chegou a pedir para que o depoimento fosse realizado por videoconferência. A defesa, contudo, mudou de ideia e preferiu que Lula se encontre cara a cara com o juiz.
Entenda
Além da Lava Jato, Lula é réu em duas ações penais abertas a partir da Operação Zelotes, que estão na primeira instância. Em uma delas, o juiz Vallisney de Souza Oliveira aceitou denúncia do MPF.
O órgão acusa o ex-presidente pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa no suposto recebimento de propina nas negociações do contrato de compra de 36 caças suecos e de uma Medida Provisória (MP) para prorrogação de incentivos fiscais para montadoras de veículos.
Os investigadores apuram se Lula, seu filho Luís Cláudio Lula da Silva e os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni participaram das supostas tratativas ilegais. Segundo o MPF, Luís Cláudio recebeu R$ 2,5 milhões da empresa de Marcondes por serviços “fantasmas”.
Defesa
Por enquanto, a principal linha de argumentação da defesa é alegar que as acusações apresentadas na Justiça em Brasília “seguem a mesma lógica das demais, pois não se baseiam em elementos concretos, mas em hipóteses delirantes e sem qualquer materialidade”.