Zelotes aponta e-mail de Giannetti como prova de intermediação
Diante das acusações, economista deixa coordenação geral da campanha de Dória e sai da função de conselheiro de Alckmin
atualizado
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Na decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, atendendo aos pedidos de busca e apreensão contra os investigados na 10ª fase da Operação Zelotes, ele detalha a participação do economista Roberto Giannetti.
A ação investiga um suposto esquema que teria livrado a empresa siderúrgica Paranapanema de dívidas no valor de R$ 650 milhões junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O magistrado cita a intermediação de Giannetti por meio de mensagens eletrônicas, prova apresentada pelo Ministério Público Federal.
“Vladmir Spíndola , além do enviar diversas mensagens eletrônicas comprometedoras aos demais investigados, principalmente para Meigan Sack teria repassado para sua mãe, Lytha Spindola, um e-mail suspeito encaminhado anteriormente por Roberto Giannetti da Fonseca, em que se autodenomina presidente da Kaduna. Na referida mensagem, Roberto Giannetti comunicou ao representante da Paranapanema sobre o encaminhamento do processo para a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) , mencionando o nome do então Ministro Mauro Borges e do Secretário Daniel Godinho, ambos do MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)”, aponta a decisão.
Além disso, o juiz atendeu o pedido do Ministério Público Federal e afastou os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de todos os investigados. Esta fase da Zelotes apura um suposto esquema, montado com a participação de empresários, advogados e agentes públicos, com o objetivo de livrar a empresa Paranapanema de dívidas com a Receita Federal.
Campanha
Diante das acusações, o economista se afastou nesta quinta-feira (26/7) da coordenação geral do programa de governo do pré-candidato tucano ao governo do Estado, João Dória (PSDB). Giannetti também é colaborador da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. Ele também se afastou desta função.
A coligação divulgou nota confirmando o afastamento. “A coligação Acelera São Paulo informa que o economista Roberto Giannetti da Fonseca, coordenador geral do programa de governo, decidiu se licenciar da função. O objetivo do afastamento é se dedicar à elaboração de sua defesa nas investigações da Operação Zelotes”.
De acordo com o Ministério Público Federal, a empresa de Giannetti, a Kaduna Consultoria recebeu o repasse de R$ 8 milhões da siderúrgica Paranapanema para atuar nos supostos esquema.
Outro lado
Giannetti nega esta participação por meio de nota. “A Kaduna Consultoria e Roberto Giannetti da Fonseca declararam que estão abertos a prestar qualquer informação e a colaborar integralmente com a Justiça Federal para elucidação de qualquer fato relacionado a investigação Zelotes.
“Ele reafirma que aqueles que o conhecem sabem que ele sempre se pautou pelos princípios éticos e legais no relacionamento com seus clientes e com as autoridades públicas, sendo totalmente infundadas as suspeitas levantadas contra si e sua empresa”, diz a nota.
Em resposta ao Metrópoles, a empresa Paranapanema afirmou que “a companhia tampouco seus administradores ou gestores atuais foram alvo ou notificados oficialmente. A Companhia repudia quaisquer atos de ilegalidade e conta com rigorosas políticas de controle e conformidade, que têm sido permanentemente aprimoradas.”