Vídeo é “cortina de fumaça” para caso Queiroz, diz Marco Aurélio
O ministro falou sobre as imagens divulgadas pelo presidente, nas quais compara o STF com hienas. Celso de Mello também se manifestou
atualizado
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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (29/10/2019) que o vídeo polêmico divulgado nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro (PSL) pode ter sido uma “cortina de fumaça” para desviar o foco das mensagens de voz do ex-assessor Fabrício Queiroz, acusado de recolher dinheiro de funcionários do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-SP). A declaração foi dada à Rádio CBN.
Nas imagens, o chefe do Executivo se comparou a um leão, rodeado de hienas – entre elas, a Suprema Corte. O decano, ministro Celso de Mello, chegou a publicar um nota de repúdio ao vídeo. “Eu tenho que nada surge sem uma causa. Qual seria a causa? Qual é o descontentamento com o Supremo? (…) Agora, é uma coincidência muito grande que esse foco surja justamente numa hora em que aparece essas coisas envolvendo o assessor Queiroz”, disse Marco Aurélio.
Nos últimos dias, áudios de Queiroz foram divulgados pela mídia. Em um deles, o ex-assessor sugere a um interlocutor como proceder para fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares. O episódio ocorreu em junho de 2019, cerca de oito meses após deixar o cargo no gabinete de Flávio. Em outro, ele diz que o Ministério Público pode gerar um problema a ele “do tamanho de um cometa“.
O ex-assessor é pivô da investigação contra Flávio, conduzida pelo MP do Rio. Os promotores do Grupo de Atuação ao Combate à Corrupção (Gaecc) investigam as práticas lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro no período em que foi deputado estadual.