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Vídeo: dono da Gol detalha acerto de R$ 10 mi em gabinete de Temer

Henrique Constantino relatou acertos ilícitos com políticos do MDB em troca de benefícios na Caixa e outros órgãos

atualizado

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Henrique Constantino – Gol
1 de 1 Henrique Constantino – Gol - Foto: Reprodução

No registro audiovisual de sua delação premiada, o sócio da Gol Henrique Constantino contou detalhes de uma reunião, no gabinete do então vice-presidente Michel Temer (MDB), para acertar o repasse de R$ 10 milhões ao seu grupo político, em troca de benefícios na Caixa Econômica Federal e no Congresso Nacional. Segundo Constantino, ele foi levado ao gabinete de Temer pelos então deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (MDB-RN). O encontro teria ocorrido em junho ou julho de 2012, relata o empresário. As informações são de O Globo.

A reportagem afirma que, de acordo com Constantino, a reunião em Brasília com Cunha e Henrique Alves foi agendada pelo operador financeiro Lúcio Funaro, responsável por receber os pagamentos ilícitos do grupo. Na ocasião, teria sido acordado o repasse de R$ 10 milhões.

Assista ao vídeo:

Parte beneficiaria via caixa 2 a campanha eleitoral do então emedebista Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, naquele ano de 2012, e outra porção seria repassada a empresas de fachada de Funaro, que abastecia financeiramente o grupo político de Temer e Cunha.

Segundo o jornal, Constantino afirmou que Funaro marcou a reunião em Brasília com os deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, que o levaram para um encontro onde ficava o gabinete do então vice-presidente da República, Michel Temer, na época também presidente nacional do PMDB.

Os investigadores que colhiam o depoimento perguntaram se teria ficado claro, durante o encontro, o acerto de R$ 10 milhões. De acordo com O Globo, Constantino respondeu afirmativamente.

Eduardo Cunha fez questão de fazer um preâmbulo na reunião, junto com o vice-presidente, falando da nossa contribuição de R$ 10 milhões. Fez questão de falar da nossa contribuição de R$ 10 milhões para a campanha de Gabriel Chalita”, teria dito o empresário, como escreveu O Globo.

“Ele [Cunha] fez questão de citar que há muito tempo o PMDB não tinha um candidato forte à Prefeitura de São Paulo, e isso era muito importante e essa contribuição era muito valiosa. Que ele estaria pronto a me defender e ajudar em todos os pleitos que estariam sendo feitos. Eduardo Cunha deixou bem claro que eles estavam trabalhando pra atender os nossos pleitos em algumas demandas legislativas”, teria relatado o empresário.

Dinheiro para a Via Rondon
Um dos pleitos de Constantino era obter a liberação de R$ 300 milhões do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FI-FGTS, para uma de suas empresas, a Via Rondon. Para isso, ele contaria com o apoio do PMDB, que tinha influência política sobre a Caixa Econômica. O empresário afirmou que todos os presentes na reunião deram o aval a seus pleitos.

“Tudo isso com aval de todo esse grupo político, capitaneado pelo vice-presidente Michel Temer, Eduardo Cunha. Henrique Eduardo Alves, cujo agente financeiro era o Lúcio Funaro. Isto ficou bem claro na reunião, que havia um alinhamento das pessoas que estavam ali envolvidas”, disse.

Segundo a reportagem, Constantino afirmou que, apesar de os financiamentos obedecerem a critérios legais, os pagamentos posteriores aos políticos tinham caráter “ilícito” e que, na verdade, as aprovações poderiam ser lícitas, mas essas contribuições seriam ilícitas.

Defesas
De acordo com o jornal, a defesa de Michel Temer não teve acesso à mencionada delação – que, no entanto, está em poder de jornalista. “Como sempre, o vazamento se dá com o propósito de atingir a honra de quem é alvo da delação”, disse a defesa.

Procurada, a defesa de Temer afirmou: “O ex-presidente afirma, categoricamente, que não participou da reunião referida, e nunca tratou com o delator nem com outra pessoa de doação via caixa 2, muito menos vinculada à prática de ato ilícito, seja no âmbito do Executivo, seja no do Legislativo. Tampouco se recorda de ter recebido a visita desse delator”.

A defesa de Henrique Alves afirma que ele nega ter se encontrado com Henrique Constantino. A defesa de Cunha também diz que nega as acusações: “A defesa de Eduardo Cunha nega as acusações, ressaltando que já se defende em relação a tais fatos no âmbito judicial, onde demonstrará sua inocência”.

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