Veja os inquéritos no STF que atingem Bolsonaro e dois de seus ministros
Presidente é investigado por suposta interferência na PF; ministro da Saúde, por causa da crise no Amazonas; e o da Educação, por homofobia
atualizado
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Com a autorização da abertura de um inquérito contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta segunda-feira (25/1), por causa da crise no Amazonas, dois ministros – dos 22 que compõe o atual governo – são alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Além deles, o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), é investigado na Corte.
O terceiro nome do Executivo, que aparece em trâmite na Suprema Corte, é o do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele foi acusado, pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, de proferir falas homofóbicas. O titular do MEC afirmou, em entrevista, que jovens homossexuais são consequência de “famílias desajustadas”.
Bolsonaro, Ribeiro e Pazuello não são exceções na atual gestão. Antes deles, outros integrantes do governo – que acabaram sendo demitidos ou pedindo para deixar o cargo – fizeram parte de processos de investigação no Supremo. Entre eles, estão os ex-ministros Abraham Weintraub (da Educação) e Marcelo Álvaro Antônio (do Turismo).
Já Ricardo Salles, do Meio Ambiente, que chegou a ser denunciado por uma fala durante reunião ministerial, em 22 de abril do ano passado, na qual defendeu “passar a boiada e mudar as regras” de proteção ambiental enquanto a atenção da mídia estava voltada para a pandemia de Covid-19, teve notícia-crime arquivada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Pazuello e a crise no Amazonas
O ministro Ricardo Lewandowski autorizou nesta segunda-feira (25/1) a abertura de inquérito pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a conduta de Pazuello na crise de saúde no Amazonas.
O estado tem vivido dias de caos na saúde pública em decorrência da explosão no número de casos de Covid-19. Na semana passada, chegou a faltar oxigênio nas unidades de saúde, levando à morte pacientes que necessitavam de tratamento hospitalar para a doença.
Milton Ribeiro e as falas homofóbicas
Em um culto nesse domingo (24/1), Milton Ribeiro disse não ter “vergonha de pregar o Evangelho” a qualquer momento e que, por defender o que a Bíblia diz, responde ao inquérito no STF.
Ribeiro foi denunciado pela PGR por eventual crime de homofobia. Em setembro do ano passado, o pastor evangélico disse que a a homossexualidade não seria normal e atribuiu sua ocorrência a “famílias desajustadas”.
Bolsonaro e rixa com Moro
O inquérito contra Bolsonaro no STF é resultado das declarações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, quando deixou o governo. À ocasião, o ex-juiz da Operação Lava Jato afirmou que o presidente teria tentado interferir no comando da PF e que isso foi um dos principais motivos para o seu pedido de demissão.
Segundo Moro, que também é alvo do inquérito, Bolsonaro solicitou relatórios de inteligência e pediu trocas no comando da corporação. O presidente da República nega as acusações.