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Vaza Jato: força-tarefa convenceu Teori a não soltar executivos

Segundo novas mensagens, procuradores solicitaram ao ministro do STF o engavetamento de pedidos de liberdade até que a delação fosse fechada

atualizado

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Ministro STF Teori Zavascki – Brasília, DF – 16/03/2016
1 de 1 Ministro STF Teori Zavascki – Brasília, DF – 16/03/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Novas mensagens envolvendo procuradores da Operação Lava Jato foram divulgadas, neste domingo (27/10/2019), pelo site The Intercept em parceria com a Folha de S.Paulo. Dessa vez, os diálogos mostram uma suposta atuação da força-tarefa para convencer o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki a manter dois executivos da Andrade Gutierrez presos, com intuito de garantir a delação premiada da empreiteira — investigada por corrupção em 2016.

A iniciativa teria sido executada com apoio do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Os integrantes consultaram a opinião do magistrado antes de levar a proposta ao Supremo.

Com sinal verde, coube ao então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, submetê-la ao ministro Teori. Ele era relator dos processos da Lava Jato no STF e tinha sobre a mesa dois habeas corpus impetrados pelos executivos.

O plano previa que os dois sairiam da cadeia no Paraná e ficariam um ano em prisão domiciliar, monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Segundo as mensagens, Moro teria concordado em revogar as ordens de prisão preventiva que mantinha os executivos atrás das grades e precisava apenas do aval de Teori.

Contudo, a preocupação com a longa duração das prisões dos investigados pela Lava Jato era crescente. Os procuradores acreditavam que o ministro estava inclinado a soltar os empreiteiros.

Aval

O ministro deu o aval no dia 4 de fevereiro de 2016, e pediu os nomes dos executivos presos. “Pq ele vai travar os hcs aqui esperando vcs”, escreveu o procurador Eduardo Pelella, chefe de gabinete de Janot, ao dar a notícia ao coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. Com os pedidos de liberdade travados, Moro transferiu os executivos para o regime de prisão domiciliar no dia seguinte.

Os procuradores do caso teriam se organizado, então, para tomar os depoimentos, sem medo de que os delatores fossem soltos e cogitassem abandonar o acordo negociado pela empreiteira. “Acho melhor manter o sigilo”, disse Pelella a Deltan. “Só pro Teori ficar tranquilo.” As mensagens foram trocadas pelo aplicativo Telegram e obtidas pelo Intercept neste ano.

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