metropoles.com

Vale do Javari: MPF pede que União seja condenada em R$ 50 milhões

Desestruturação da Funai motivou ação de indenização por danos morais. DPU também assina a petição protocolada na Justiça Federal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Material cedido ao Metrópoles
Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram
1 de 1 Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público Federal (MPF) pediram à Justiça Federal a condenação da União devido à desestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a falta de proteção aos povos indígenas no Vale do Javari, no Amazonas – onde o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados.

As instituições querem que o governo federal seja condenado a pagar uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 50 milhões.

Em caso de condenação, DPU e MPF pedem que o montante seja revertido em proveito dos povos indígenas isolados e aqueles de recente contato, por meio de repasse à Funai, com a apresentação de projeto e cronograma feito pelo órgão indigenista para sua execução.

O pedido foi feito na ação, movida pelo MPF e pela DPU, que tramita na Justiça Federal desde outubro de 2018.

Os conflitos na região são acompanhados e objeto de denúncias pelas instituições há anos, bem antes dos assassinatos do servidor público federal Bruno da Cunha Araújo Pereira, indigenista especializado da Funai, e do jornalista britânico Dom Philips.

A ação

Na ação, as instituições pediram a regularização dos serviços em favor dos indígenas com objetivo de evitar mortes e a exploração indevida na região, e destacaram a desestruturação da Funai nos últimos anos. De acordo com DPU e MPF, isso refletiu diretamente na falta de execução de políticas públicas e na garantia de direitos fundamentais aos indígenas isolados e de recente contato.

“Todos os problemas estavam narrados e documentados na inicial e nos elementos que a acompanhavam. Todos os riscos oriundos do enfraquecimento das bases já eram de conhecimento da União e da Funai. Infelizmente, nada foi feito”, destacam as instituições em um trecho do documento, ao mencionar os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, além do homicídio do servidor da Funai Maxciel Pereira dos Santos, ocorrido em 2019.

Entre os pedidos feitos há quase quatro anos, consta a solicitação reiterada para que as bases das Frentes de Proteção Etnoambiental da Funai do Amazonas tivessem recursos humanos e materiais mínimos para o cumprimento efetivo de suas finalidades.

De acordo com o defensor público federal Renan Sotto Mayor, integrante do grupo de trabalho Comunidades Indígenas da DPU, desde o ajuizamento da ação, nada mudou. Segundo ele, a União e a Funai também não apresentaram argumentos capazes de contestar os fatos apresentados pela defensoria e pelo MPF, em relação à falta de recursos humanos, materiais, técnicos e financeiros.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?