Trio de advogados de Moro chega à PF, onde Ramagem presta depoimento
Eles vão acompanhar as oitivas preliminares com Alexandre Ramagem e o delegado Ricardo Saadi sobre denúncias de influência política na PF
atualizado
Compartilhar notícia
O delegado Ricardo Saadi e o diretor da Agência Brasileira de Informação (Abin), Alexandre Ramagem, já chegaram à sede da Polícia Federal, em Brasilia, e prestam depoimento neste momento na investigação preliminar que apura suspeitas de que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado interferir no trabalho da PF.
Eles chegaram no início da tarde e as duas audiências ocorrem simultaneamente, em salas separadas.
A apuração ocorre após a saída de Sergio Moro da pasta da Justiça e Segurança Pública. Moro alegou ter pedido demissão porque Bolsonaro queria trocar o então diretor da PF, Maurício Valeixo, para colocar alguém mais próximo a ele no cargo. Ramagem é amigo dos filhos do presidente.
Saadi é ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro. Ele foi exonerado do cargo no dia 30 de agosto depois do presidente Jair Bolsonaro ter afirmado que iria substituí-lo por problemas de “produtividade”.
Os três advogados de Moro acompanham os dois depoimentos em Brasília. São eles Augusto Sprada Rossetim, Carlos Eduardo Treglia e Guilherme Siqueira Vieira.
Além deles, Rodrigo Sánchez Rios e Luiz Gustavo Pujol estão em Curitiba e acompanharam o depoimento de Maurício Valeixo, tomado na capital paranaense.
Ministros serão ouvidos
Dentro da mesma investigação, também serão ouvidos nesta semana três ministros próximos do presidente: Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Esses depoimentos serão colhidos no Palácio do Planalto. Os três foram listados por Moro como testemunhas de uma reunião onde o presidente teria ameaçado demiti-lo.
Na quarta-feira, estão marcados mais três depoimentos: Carlos Henrique de Oliveira Sousa, ex-chefe da PF no Rio que foi convidado pelo novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre para a diretoria-executiva da Instituição, Alexandre da Silva Saraiva, chefe da PF no Amazonas, citado na primeira crise pública entre Moro e Bolsonaro, e ainda, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que trocou mensagens com Moro para que ele aceitasse o nome de Ramagem para a PF.