Tribunal de Justiça condena Beto Richa e esposa por gastos em Paris
Ex-governador do Paraná comandou comitiva que gastou R$ 38 mil por pessoa em viagem a Paris
atualizado
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O ex-governador do Paraná Beto Richa e a esposa, Fernanda Richa, foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) em processo sobre restituição de verbas públicas gastas em viagem a Paris. As informações foram divulgadas por Paraná Portal.
A 4ª Câmara do TJPR julgou o tucano culpado por 3 votos a 2. A relatora do caso, desembargadora Astrid Maranhão, votou pela manutenção integral da sentença do juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira, da 3ª Vara da Fazenda Pública, quando o julgamento foi iniciado.
O desembargador Abraham Lincoln Calixto e a desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima acompanharam o voto da relatora e seguiram o entendimento pela condenação de Richa.
A presidente da 4ª Câmara, Regina Helena Afonso de Oliveira Portes, e o juiz substituto Hamilton Rafael Marins Schwartz votaram pela absolvição do ex-governador. Os dois entenderam que o hotel onde Richa, a esposa e integrantes do governo ficaram hospedados não tinha alto padrão, o que não caracterizaria crime contra o patrimônio público.
Segundo os desembargadores que votaram pela condenação o ex-governador feriu o princípio da moralidade pública ao se hospedar em dos lugares mais caros de Paris.
De acordo com a ação popular que motivou a condenação, a comitiva ficou em um hotel cinco estrelas em Paris, às custas do estado. O preço da diária seria cerca de 250 euros por pessoa — em torno de R$ 1.000.
De acordo com o Portal da Transparência, incluindo passagens, hospedagem e alimentação, o custo total foi de R$ 38 mil por pessoa e não havia agenda oficial em Paris. O governo afirma que a comitiva fez uma parada técnica em Paris, em função da disponibilidade de voos e conexões para Xangai.
Segundo a defesa do ex-governador, a viagem tinha o objetivo de buscar novos investimentos no Paraná. Os advogados de Richa devem recorrer da decisão.
Impugnação da candidatura
Após Richa ser condenado em segunda instância, a Executiva do PSol do Paraná decidiu em reunião que pedirá a impugnação da candidatura do tucano ao Senado nas eleições 2018, com base na Lei da Ficha Limpa. O partido vai alegar que, após a respectiva condenação o político está inelegível.