TJRS sofre ataque de hackers e fica fora do ar por uma hora
Advogados tentaram acessar o sistema se depararam com mensagens e fotos em protesto contra corrupção no Judiciário
atualizado
Compartilhar notícia
O sistema de processo eletrônico do Tribunal da Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) foi atacado por hackers nesta quarta-feira (11/11), ficando fora do ar por pelo menos uma hora.
A informação foi confirmada pelo próprio órgão, por meio de nota. De acordo com o TJRS, “o hotsite informativo do Eproc foi adulterado por hackers, porém sem comprometimento dos sistemas do Tribunal de Justiça”.
O invasor chegou a colocar foto e texto no site do TJRS com mensagens alusivas ao julgamento das acusações de estupro feitos por Mariana Feher ao empresário André de Camargo Aranha. A mensagem deixada pelo invasor protestava contra a expressão “estupro culposo”.
“O sistema de Justiça é corrupto”, diz a mensagem. “Podemos ver o ‘estupro culposo’ pau no cu de vocês”, completa o hacker, que assina como DemonSad.
Segundo o órgão, o ataque não atingiu processos e outros bancos de dados. “O problema já foi corrigido, com o reforço de proteção para impedir novos acessos, bem como medidas já foram adotadas para rastrear a autoria do ato”, conclui a nota.
O sistema de consulta de processos já foi reestabelecido.
Advogados que tentaram utilizar o serviço nesta quarta-feira chegaram a postar fotos da página nas redes sociais. Na página, é possível observar a mensagen e a foto de um menino, de boné, com gesto obsceno.
E o Eproc hackeadíssimo kkkkkkkk pic.twitter.com/1lXOWetBPv
— Júlia e associadas (@bonamigojulia) November 11, 2020
Eis que eu tento abrir o eproc…. pic.twitter.com/xTPI8ShWRP
— Francieli (@franci_reis) November 11, 2020
O sistema, conhecido como Eproc foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e adotado pelo TJ-RS em novembro de 2017. Por meio desse sistema é que tramitam os processos eletrônicos.
O ataque ao tribunal gaúcho ocorre após a invasão ao sistema do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na semana passada, que acessou todo sistema de processos do tribunal.
O caso é investigado pela Polícia Federal. Nesta semana, o STJ pediu para que os ministros e servidores da Corte troquem e reforcem suas senhas para se protegerem de um possível novo ataque hacker. A medida foi orientada pela PF.