Suspeito de garimpo ilegal, “Rei do Ouro” é preso em São Paulo
Mandado de prisão havia sido expedido pela Justiça Federal de Porto Velho. Dirceu Frederico Sobrinho é próximo à cúpula do governo Bolsonaro
atualizado
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A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) prendeu, nesse domingo (18/9), o empresário Dirceu Santos Frederico Sobrinho, também conhecido como o “Rei do Ouro”.
Sobrinho é dono da FD Gold, presidente da Associação Nacional do Ouro (Anoro) e próximo da cúpula do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele é acusado de despejar no mercado mais de 1,3 tonelada de ouro ilegal, entre 2019 e 2020, segundo ação do Ministério Público Federal (MPF).
A prisão foi realizada em razão de um mandado expedido pela Justiça Federal de Porto Velho (RO).
O empresário foi preso na rua Carlos Petit, na Vila Mariana, zonal sul de São Paulo. Sobrinho estava em um Porsche azul quando foi abordado pelos policiais. Ele acabou sendo conduzido ao Departamento da Superintendência da Polícia Federal, na Lapa, onde permaneceu preso à disposição da Justiça.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSPSP) não detalhou, porém, o motivo do mandado.
Em maio, o empresário disse ser dono de 78 quilos de ouro apreendido pela Polícia Federal em Soracaba, interior de São Paulo. O material foi avaliado em R$ 23 milhões. Sobrinho alegou se tratar de ouro legal, comprado sob permissão de lavra garimpeira concedida.
Ouro irregular
O Metrópoles mostrou nesse domingo (18/9) que cerca de 30% do ouro produzido no país, de janeiro de 2021 a junho de 2022, pode ser considerado irregular.
Nesse período de 18 meses foram produzidas 158 toneladas de ouro. Desse total, 35,7 toneladas (23%) foram consideradas potencialmente ilegais e 10,5 toneladas (7%), ilegais. Os dados foram publicados no estudo “Boletim do Ouro“, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os pesquisadores consideram ouro potencialmente ilegal quando a lavra se estende além do processo minerário.
Já o ilegal ocorre nos casos em que o processo minerário ainda não obteve o título de outorga ou quando a produção é registrada em áreas sem evidências de exploração, de acordo com imagens de satélites. A parte irregular é a soma dessas duas situações.
De 2020 para 2021, a mineração de ouro ilegal subiu 44%, de 5,1 toneladas para 7,5 toneladas, diz o levantamento.