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STM liberta nove militares dos 80 tiros contra músico no RJ

Os acusados pela morte de Evaldo Rosa e o catador Luciano Macedo são 12 militares. De todos 11 ministros, somente uma votou contra

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Por maioria de votos, os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) decidiram nesta quinta-feira (23/05/2019) libertar nove militares presos pelo assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, e catador Luciano Macedo que estava em um veículo alvejado com mais de 80 tiros no Rio de Janeiro. O julgamento havia sido interrompido em 8 de maio por um pedido de vista e foi retomado à tarde. O STM é composto por 15 ministros, sendo que o presidente não vota.

Na sessão desta quinta, 11 ministros votaram pela soltura dos militares. A ministra Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha foi o único voto contra a liberdade do grupo.

Durante a sessão, os ministros José Barroso Filho e José Coêlho Ferreira sugeriram a aplicação de medidas cautelares a militares. Barroso determinou em seu voto que o tenente fique preso e que aos outros militares fossem impostas cautelares. Coêlho ordenou, em seu voto, medidas para todo o grupo.

Evaldo Rosa dirigia seu carro, um Ford Ka sedan branco, rumo a um chá de bebê, e transportava a mulher, um filho, o sogro e uma adolescente. Ao passar por uma patrulha do Exército na Estrada do Camboatá, o veículo foi alvejado com 80 disparos pelos militares. O motorista morreu no local. O sogro ficou ferido, mas sobreviveu. O catador Luciano Macedo, que passava a pé pelo local, também foi atingido e morreu dias depois.

Inicialmente, o Comando Militar do Leste (CML) emitiu nota dizendo que a ação havia sido uma resposta a um assalto e sugeriu que os militares haviam sido alvo de uma “agressão” por parte dos ocupantes do carro. A família contestou a versão e só então o Exército recuou e mandou prender dez dos 12 militares envolvidos na ação. Um deles foi solto após alegar que não fez nenhum disparo.

Os militares teriam confundido o carro do músico com o de criminosos que, minutos antes, havia praticado um assalto perto dali. Esse crime foi flagrado por uma patrulha do Exército. Havia sido roubado um carro da mesma cor, mas de outra marca e modelo – um Honda City.

Foram presos o tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo, o sargento Fábio Henrique Souza Braz da Silva e soldados Gabriel Christian Honorato, Matheus Santanna Claudino, Marlon Conceição da Silva, João Lucas da Costa Gonçalo, Leonardo Oliveira de Souza, Gabriel da Silva de Barros Lins e Vítor Borges de Oliveira. Todos atuam no 1º Batalhão de Infantaria Motorizado, na Vila Militar, na zona oeste do Rio.

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