metropoles.com

STF inclui reajuste de 16,3% aos próprios salários no orçamento 2019

Decisão foi aprovada por 7 votos a 4. Caso o aumento seja chancelado pelo Congresso, terá impacto no teto salarial do funcionalismo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Imagem colorida da ministra do STF, Carmén Lúcia
1 de 1 Imagem colorida da ministra do STF, Carmén Lúcia - Foto: Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, em sessão administrativa nesta quarta-feira (8/8), acrescentar reajuste de 16,3% aos próprios salários na proposta orçamentária da Corte para o ano de 2019. O placar final foi de 7 votos a 4. Caso a proposta seja aprovada pelo Congresso Nacional, a decisão terá impacto no teto salarial do funcionalismo público.

Os favoráveis ao reajuste foram Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. Os ministros Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin votaram contra o aumento. Na prática, os magistrados permitiram que seja analisado pelo Congresso um projeto de lei complementar proposto por Lewandowski, em 2015, e no qual é previsto o pleito.

Efeito cascata
A matéria já tem o aval da Câmara dos Deputados. Falta o do Senado Federal. Caso o projeto seja aprovado também pelos senadores, o salário dos ministros do Supremo passa dos atuais R$ 33,7 mil para pouco mais de R$ 39 mil. Só na Corte, o impacto deve ser superior a R$ 2,7 milhões. A remuneração dos magistrados está congelado desde 2015.

O aumento também deve ter impacto nas remunerações de todo o Judiciário e pode provocar um efeito cascata, repercutindo na remuneração dos servidores públicos como um todo. Visto que o salário dos ministros do STF é base para o estabelecimento do teto remuneratório do serviço público, existe a possibilidade de um eventual reajuste nos proventos dos membros da Corte Suprema levar a um incremento geral na folha dos funcionários do governo.

Discussão
A decisão de incluir a previsão de reajuste no orçamento de 2019 seguiu no sentido contrário ao defendido pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Ao justificar o posicionamento, ela afirmou que o Supremo, ao deliberar sobre o salário de seus membros, “cria uma cadeia de efeitos” e, por isso, votou com o objetivo de evitar maiores consequências.

O ministro Celso de Mello foi da mesma opinião, argumentando estar “em face de uma daquelas escolhas trágicas”. O ministro defende que o STF tenha uma posição “solidária” diante da crise fiscal enfrentada pelo país. O entendimento foi corroborado pelos ministros Edson Fachin e Rosa Weber.

Divergência
O responsável por abrir a divergência e votar pela inclusão do aumento no projeto orçamentário foi o ministro Ricardo Lewandowski. Para ele, trata-se de um “modestíssimo reajuste”. Segundo o ministro, os salários do Judiciário estão extremamente defasados e não foram ajustados à inflação dos últimos anos. Ressaltou ainda a situação de “penúria extrema” enfrentada por aposentados e pensionistas.

O ministro Marco Aurélio pediu para os colegas levarem em conta que a falta de reajuste tem impacto no Judiciário como um todo, não apenas nos membros do STF. Já o ministro Gilmar Mendes, ao justificar seu voto a favor do reajuste, pediu uma revisão urgente de “benefícios anômalos” concedidos à magistratura em todo o país.

Defendeu ainda o fim do estabelecimento do salário do Supremo como o teto constitucional do funcionalismo público para evitar o “ônus político” que a questão coloca sobre a Corte.

Por sua vez, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que não impediria a discussão do projeto de reajuste pelo Congresso. Já Dias Toffoli argumentou: caso aprovado, o aumento não implicará em crescimento das despesas do STF, pois será pago por meio de cortes no valor já disponível.

Último a votar, o ministro Alexandre de Moraes observou que diversas outras categorias tiveram recomposição salarial nos últimos anos e o Judiciário não poderia ser o único a se sacrificar. A reunião contou com a presença de dezenas de representantes de associações representativas da magistratura e do Ministério Público: eles comemoraram a decisão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?