metropoles.com

STF: Cármen Lúcia revê voto e Moro é declarado parcial contra Lula

Ex-presidente Lula pedia suspeição de ex-juiz em processos na Lava Jato. Provas contra o petista agora serão anuladas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Sergio Moro STF decisao judicial
1 de 1 Sergio Moro STF decisao judicial - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A ministra Cármen Lúcia decidiu rever sua posição sobre alegada parcialidade do ex-juiz Sergio Moro em investigações e processos da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (23/3), na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, formou maioria pela suspeição de Moro. A decisão faz com que todas as provas colhidas em Curitiba no caso do tríplex do Guarujá sejam anuladas e precisem ser produzidas novamente na Justiça Federal em Brasília, para onde as ações foram enviadas.

“O que se impõe é algo para mim basilar: todo mundo tem direito a um julgamento justo, aí incluída a imparcialidade do julgador”, disse. “A pessoa não pode se sentir sendo julgada por uma pessoa parcial. Ao juiz, compete cumprir a sua função com imparcialidade.”

A ministra mudou a posição porque havia proferido o voto em dezembro de 2018, quando algumas provas ainda não tinham sido incluídas pela defesa de Lula no processo. Ao analisar o caso novamente, a magistrada decidiu reconsiderar a posição e aceitar o argumento da defesa do petista, a favor da suspeição de Moro. Contudo, foi contra o pagamento das custas processuais pelo ex-juiz.

“A pessoa não pode se sentir sendo julgada por uma pessoa parcial. Ao juiz, compete cumprir a sua função com imparcialidade”, disse Cármen Lúcia.

7 imagens
2ª Turma da Corte decidiu considerar Moro suspeito no caso do tríplex do Guarujá
Com a decisão, provas do caso serão anuladas
Manifestantes foram ao STF em defesa do ex-presidente Lula
Manifestantes seguram cartazes em apoio ao petista
1 de 7

Decisão foi tomada após diversos pedidos da defesa de Lula para analisar a atuação do ex-juiz

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 7

2ª Turma da Corte decidiu considerar Moro suspeito no caso do tríplex do Guarujá

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 7

Com a decisão, provas do caso serão anuladas

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 7

Manifestantes foram ao STF em defesa do ex-presidente Lula

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 7

Manifestantes seguram cartazes em apoio ao petista

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 7

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 7

Manifestantes foram ao STF em defesa do ex-presidente Lula

Hugo Barreto/Metrópoles
Nunes Marques

Na retomada do julgamento, horas antes, o ministro Nunes Marques tinha rejeitado o pedido da defesa do petista e desempatado a votação em favor de Moro.

O magistrado votou a favor do ex-juiz Sergio Moro, negando o pedido de suspeição feito por Lula. “Todos os juízes têm um background ideológico”, falou.

Ao votar, ele lembrou que várias acusações de Lula contra o ex-juiz, por suposta parcialidade, já foram rejeitadas. “Foram de fato apreciadas e estão cobertas pela preclusão, eis que transitadas em julgado”, afirmou. Ele também chamou de “ilícitas” as provas agregadas ao processo pela defesa de Lula – como os diálogos entre Moro e procuradores revelados pela chamada Vaza Jato.

“Essa prática de espionar e bisbilhotar estaria legalizada. A sociedade viveria um processo de desassossego semelhante ao das piores ditaduras”, considerou Marques, para justificar a recusa das conversas obtidas e vazadas por hackers como provas da suspeição de Moro.

Até esta terça, os ministros Gilmar Mendes, relator do caso, e Ricardo Lewandowski tinham sido a favor do pedido de Lula. Edson Fachin e Cármen Lúcia, contra.

Anulação de condenações

Com conduta de Moro nos processos de Lula considerada parcial pela maioria da Segunda Turma, a anulação das condenações do petista, determinada no dia 8 de março, por liminar do ministro Edson Fachin, é reforçada.

Com a decisão, o petista retomou seus direitos políticos e poderá disputar a eleição de outubro de 2022, a não ser que seja novamente condenado em segunda instância até lá.

14 imagens
Sergio Moro foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro
Brasília (DF), 22/08/2019 - Ministro da Justiça, Sérgio Moro, participapa da apresentação de dados sobre imigração e refúgio de estrangeiros no Brasil. -
1 de 14

Igo Estrela/Metrópoles
2 de 14

Andre Borges/Metrópoles
3 de 14

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 14

Sergio Moro foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 14

HUGO BARRETO/ METRÓPOLES
6 de 14

Brasília (DF), 22/08/2019 - Ministro da Justiça, Sérgio Moro, participapa da apresentação de dados sobre imigração e refúgio de estrangeiros no Brasil. -

Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles
7 de 14

Michael Melo/Metrópoles
8 de 14

Sergio Moro

Igo Estrela/Metrópoles
9 de 14

Brasília (DF), 01/12/2016 - Sergio Moro no Senado Federal - Foto, Michael Melo/Metrópoles

Michael Melo/Metrópoles
10 de 14

Sergio Moro e Tarcísio não vão à confraternização de Bolsonaro

Andre Borges/Esp. Metrópoles
11 de 14

Igo Estrela/Metrópoles
12 de 14

Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro

Rafaela Felicciano /Metrópoles
13 de 14

Hugo Barreto/Metrópoles
14 de 14

Michael Melo/Metrópoles

As acusações contra Moro ganharam peso após o episódio que ficou conhecido como “Vaza Jato”. Em 2019, o site The Intercept Brasil revelou diálogos privados entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato, em que o juiz adotava condutas ilegais em parceria com o Ministério Público Federal.

As mensagens mostraram, por exemplo, que Moro teria sugerido testemunha a ser ouvida no processo pela acusação.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?