STF apura se Cunha comprou votos para presidir a Câmara
O ministro Edson Fachin quer investigar a suposta compra de votos de deputados para eleger o político no cargo mais alto da Câmara em 2015
atualizado
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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a abertura de um inquérito para investigar a eleição do ex-deputado Eduardo Cunha à Presidência da Câmara. O relator da Operação Lava Jato no Supremo quer saber se o político comprou votos de outros deputados para se eleger.
Por determinação de Fachin, os autos do processo serão encaminhados ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, para decidir qual será o relator do caso.
Segundo a PGR, o grupo recebeu R$ 30 milhões no ano de 2014 para que Eduardo Cunha fosse eleito “para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff (PT)”. As supostas irregularidades foram reveladas em acordo de colaboração premiada da JBS, do ex-executivo Ricardo Saud. Ele foi eleito em 2015.
Conforme a delação, o dinheiro teria sido repassado por doações oficiais, entregas em dinheiro vivo, e emissão de notas fiscais frias, sem a prestação do serviço.
“A abertura de inquérito voltado à apuração de fatos sobre os quais recai suspeita de tipicidade não implica, por evidente, qualquer responsabilização do investigado”, observou Fachin em sua decisão, assinada na semana passada.
Cunha está preso no Rio de Janeiro, no presídio de Bangu. Ele foi preso em outubro de 2016 por ordem do então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.