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STF abre o Ano Judiciário de 2017 com homenagem a Teori

Início dos trabalhos no Supremo foi marcado por emoção dos colegas em relação à perda do ministro em um acidente aéreo

atualizado

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STF
1 de 1 STF - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

Silencioso, sóbrio e emocionado. O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu o Ano Judiciário de 2017 nesta quarta-feira (1º/2) de maneira atípica. Não por menos. A morte de Teori Zavascki, há duas semanas, em um acidente aéreo, tirou – nas palavras dos próprios ministros – não só um colega de Corte, mas um amigo pessoal, do convívio praticamente diário.

Abarrotadas de livros, papéis e canetas, as mesas dos ministros no plenário da Corte se mantinham as mesmas ao início da sessão na tarde desta quarta. A de Teori, entretanto, estava livre. Nem os autos que tomavam a vista dos julgadores, nem os pesados Códigos que os auxiliavam nos julgamentos mais complexos ocupavam mais o espaço.

No lugar, apenas um envelope com o brasão do STF, cuidadosamente posicionado sobre a mesa antes ocupada pelo ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da Operação Lava Jato no Supremo. Minutos antes da abertura da sessão, a toga de Teori foi colocada delicadamente por sobre a cadeira que ele ocupava.

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“Declaro aberto o Ano Judiciário de 2017 deste Supremo Tribunal Federal”, anunciou a presidente da Corte, Cármen Lúcia, após a entrada rápida e silenciosa dos ministros. Enfatizando a gravidade do momento, e “em respeito à memória” de Teori, anunciou que a solenidade seria revestida de “simplicidade”. Em seguida, passou a palavra ao decano do STF, Celso de Mello, para, em uma emotiva homenagem, despedir-se em nome da Corte do estimado colega.

Celso destacou a “presença luminosa” de Teori na Casa e disse que foi um “notável magistrado”, que sempre soube como atuar nas mais diferentes esferas do Judiciário. Segundo o ministro, Zavascki era a “figura ideal do verdadeiro juiz”.

“São esses atributos virtuosos que devem estimular ainda mais os passos que esta Suprema Corte tem dado, fiel à sua histórica missão de viabilizar em nosso país o aperfeiçoamento de um sistema de administração de Justiça, em ordem a torná-lo célere, eficiente”, registrou. Para Celso de Mello, Teori era um juiz confiável “que não sacrifica a qualidade dos seus julgamentos no altar das estatísticas”.

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Com a voz embargada, o decano afirmou: “Não há tristeza na minha despedida, há apenas emoção, emoção que me toca profundamente”. Destacando os méritos da atuação do ministro no âmbito da Lava Jato, Celso defendeu o legado deixado por Teori e declarou que o tribunal exercerá seu dever de combater e punir práticas criminosas.

“Que o exemplo desse notável magistrado seja o sopro inspirador que renove a cada momento, nesse Ano Judiciário de 2017 o compromisso irrenunciável que a magistratura brasileira teve como o povo desse país e instituições democráticas da República”, concluiu.

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