STF abre 19 inquéritos com base em delação da Operação Carne Fraca
Ações têm por base depoimento de Daniel Gonçalves Filho, primeiro delator da Operação Carne Fraca, mas estão sob sigilo na Corte
atualizado
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A ministra Cármen Lúcia (foto em destaque), do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidiu abrir 19 inquéritos a partir das informações coletadas na delação premiada de Daniel Gonçalves Filho, primeiro delator da Operação Carne Fraca. Os inquéritos estão sob sigilo e tramitam no Supremo porque envolvem autoridades com foro privilegiado.
O acordo de delação premiada, que cita supostos pagamentos em espécie de empresas do setor alimentício para o deputado federal Osmar Serraglio (MDB-PR), foi homologado pelo ministro Dias Toffoli. O caso migrou para Cármen Lúcia depois que Toffoli assumiu a presidência do STF, em setembro do ano passado.
A operação cercou os maiores frigoríficos do país e um esquema de corrupção e indicações políticas no Ministério da Agricultura, em especial no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Além de gente da JBS, estão na mira pessoas da gigante BRF.
Esquema
O direito a passar para o regime de prisão domiciliar era um dos itens do acordo negociado com procuradores e delegados da Polícia Federal da Carne Fraca, deflagrada em 17 de março de 2017, quando Gonçalves foi preso. Ele é acusado de participar de esquema de corrupção na unidade do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná.
Segundo Gonçalves Filho, Serraglio seria um de seus “padrinhos” no cargo. Ao lado de Maria do Rocio Nascimento, ex-chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, eles controlavam indicações de funcionários e facilitavam a atuação irregular de frigoríficos e empresas do setor alimentício.
Procurado pela reportagem, Serraglio disse que a delação de Daniel Gonçalves Filho é “leviana” e “criminosa”. “Nunca recebi nada nem dele nem de nenhuma empresa. Espero que eu não esteja nesta lista (de inquéritos abertos), porque nunca fui ouvido”, comentou o parlamentar.