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Sobrinho de Delfim Netto agora “se lembra” de R$ 240 mil da Odebrecht

Ministro da Fazenda (1967/1974) e criador do chamado “milagre econômico” da ditadura militar foi intimado pela Operação Lava Jato

atualizado

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1 de 1 delfim netto - Foto: Reprodução/YouTube

O advogado Luiz Appolonio Neto, sobrinho do ex-ministro Delfim Netto, afirmou, em petição à Polícia Federal, que os R$ 240 mil entregues pela empreiteira Odebrecht em seu escritório, em São Paulo, foram recebidos “a pedido do tio”. Em depoimento à Operação Lava Jato, em 22 de março, Appolonio havia sido questionado sobre os valores e informou, na ocasião, que “não se recordava” dos R$ 240 mil.

Depois da nova versão de Appolonio, a PF intimou Delfim Netto para depor e explicar o motivo de ter recebido R$ 240 mil da empreiteira, apontada como integrante do cartel que se apossou de contratos bilionários na Petrobras entre 2004 e 2014.

Delfim foi ministro da Fazenda (1967/1974) e criador do chamado “milagre econômico” da ditadura militar. O nome do economista, também ex-deputado federal, foi citado na delação premiada da empreiteira Andrade Gutierrez pelo suposto recebimento de valores ainda não explicados no empreendimento da Usina de Belo Monte. Quando seu nome foi citado na Lava Jato, Delfim argumentou que havia feito uma “assessoria”.

Nova versão
Luiz Appolonio Neto, no documento anexado aos autos da Lava Jato, deu a nova versão. “Embora não tenha se lembrado na data da sua oitiva a respeito de detalhes do referido recebimento, realizou levantamentos posteriores e verificou que referidos valores não lhe pertencem, apenas foram recebidos no endereço acima mencionado a pedido do economista Antonio Delfim Netto, o qual por motivos particulares e em razão de sua avançada idade, não quis receber em seu escritório. O montante foi integralmente repassado a ele”, diz a petição.

A Lava Jato chegou a Appolonio após identificar seu nome em uma planilha secreta de propinas da empreiteira. O documento foi apreendido na casa da secretária de altos executivos da Odebrecht, Maria Lúcia Guimarães Tavares, suspeita de ser responsável por parte da distribuição da “rede de acarajés” – que seria referência a propina.

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