metropoles.com

Sob ataque de advogados, Moro faz críticas à defesa de empreiteiro preso

O juiz federal afirmou que a defesa de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht busca retardar o julgamento com novos requerimentos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
FRP_Juiz-Sergio-Moro-anuncia-medidas-contra-impunidade_0507042015
1 de 1 FRP_Juiz-Sergio-Moro-anuncia-medidas-contra-impunidade_0507042015 - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Apenas quatro dias após advogados terem publicado um manifesto contra a Operação Lava Jato, com pesadas críticas à investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras, o juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta terça-feira (19/1), nos autos de uma ação, que a defesa de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht “busca retardar o julgamento com novos e intempestivos requerimentos”. Os principais advogados da Odebrecht, Nabor Bulhões, Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho, estão entre os signatários da carta.

“A defesa, enquanto busca retardar o julgamento com novos e intempestivos requerimentos probatórios, reclama nas instâncias superiores pela revogação da prisão preventiva alegando excesso de prazo”, disse Moro. Segundo ele, “o processo é uma marcha para frente. Não se retornam às fases já superadas”, afirmou o juiz que conduz a Lava Jato na primeira instância.

O protesto dos advogados, entre eles defensores de políticos e empreiteiros alvo da Lava Jato, foi publicado na sexta-feira passada, nos principais jornais do País. “Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática”, afirma o texto.

Publicamente, Moro ficou e continua em silêncio. Mas, nos autos da ação contra o empresário Marcelo Odebrecht e Márcio Faria, executivo ligado ao grupo, o magistrado reagiu.

Em outras ocasiões, Moro já havia criticado estratégias protelatórias de defensores de investigados. Ontem, ele despachou pedidos formulados na semana passada pelas defesas dos empresários – em um dos processos que eles respondem por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o juiz, os pedidos têm “caráter meramente protelatório”.

A ação em que também são réus outros três executivos ligados à empreiteira (Rogério Araújo, Alexandrino Alencar e César Ramos Rocha) teve a fase de instrução encerrada e está em alegações finais, última etapa antes da sentença. Para Moro, os requerimentos “são intempestivos, já que a instrução há muito se encerrou, além das provas pretendidas serem manifestamente desnecessárias ou irrelevantes”.

Marcelo Odebrecht, Márcio Faria e Rogério Araújo estão presos desde 19 de junho de 2015. Um a um, os recursos interpostos por seus defensores estão sendo vetados pela Justiça. Há dez dias, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, rejeitou pedido de liberdade para Marcelo Odebrecht.

Especulações
Na decisão de ontem, Moro classificou questões levantadas pela defesa como “especulações”. “Deveria a defesa preocupar-se mais em esclarecer o que indicam os documentos, os supostos pagamentos de propina feitas pela Odebrecht aos agentes da Petrobras, do que com as especulações sobre a supostas faltas de autorização, sendo desnecessários quaisquer novos documentos ou esclarecimentos sobre o referido material”, disse Moro.

A Lava Jato descobriu contas secretas de offshores supostamente ligadas à Odebrecht, que teriam sido usadas para pagar propina a dirigentes da Petrobras. A documentação sobre as contas usadas pela empreiteira no banco PKB Private Bank, na Suíça, é considerada o coração das acusações formais contra Marcelo Odebrecht.

Petição
A defesa de Marcelo Odebrecht afirmou em petição que haveria uma “degravação errônea” em um vídeo de depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, prestado na fase de investigação. Os advogados pediram ao juiz Sérgio Moro que fosse solicitado que o Ministério Público Federal levasse aos autos “todos os vídeos correspondentes aos depoimentos dos réus-colaboradores”.

“Chama atenção o fato de ter sido omitido da transcrição das declarações do réu-colaborador Paulo Roberto Costa um trecho em que ele, quando perguntado especificamente sobre seu contato com o requerente Marcelo Odebrecht, afirmou categoricamente que ele ‘não participava disso’, referindo-se ao pagamento de propinas e outras irregularidades relacionadas a contratos celebrados com a Petrobras, asseverando, de maneira enfática, que o requerente não teve qualquer participação nos crimes investigados. Literalmente, disse Paulo Roberto Costa, em trecho que foi omitido na transcrição: ‘Nem põe o nome dele aí porque com ele não, ele não participava’.”

“Observo que os vídeos dos depoimentos prestados pelos acusados colaboradores na fase de investigação foram disponibilizados desde o início da ação penal às partes, como aliás constou expressamente na decisão de recebimento da denúncia”, afirmou Sérgio Moro ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?