Sem juridiquês: projeto usa HQ para ensinar direito de forma simples
No Instagram, projeto sobre direitos humanos, civis e causas sociais atrai leitores usando quadrinhos com vocabulário descomplicado
atualizado
Compartilhar notícia
Quando se fala de lei, muitas vezes é difícil entender aquelas palavrinhas complicadas e termos do juridiquês. Foi pensando nisso que o jornalista Arisson Tavares, do Distrito Federal, e a advogada Naiane Marques, de São Paulo (SP), criaram um projeto que ensina direito em forma de quadrinhos (HQ), com linguagem divertida e simplificada.
O @direitoemhqoficial nasceu a partir de uma colaboração, que uniu o olhar profissional de um com a criatividade do outro. A insatisfação da advogada, vendo que muitos não têm acesso à informação por conta da linguagem rebuscada da advocacia, e a arte do jornalista, para falar de assuntos difíceis usando a criatividade, geraram o projeto. O lançamento foi em novembro de 2021, durante a Bienal de Quadrinhos de Curitiba (PR).
Os assuntos são sugeridos por Naiane e Arisson é responsável pelo roteiro e pelas ilustrações. O jornalista explica que trata-se de um trabalho em equipe para o resultado ser positivo. “O olhar dela como advogada é fundamental para evitar erros na hora de resumir os assuntos”, explica.
Os posts são focados em direitos humanos, civis e ainda abrangem causas sociais. De acordo com Arisson, o projeto foi pensado para o público das redes sociais. A ideia era que as pessoas aprendessem sobre direito de maneira descontraída. “Buscamos usar linguagem que até uma criança possa entender, mas também temos advogados interagindo com as publicações. Isso prova o quanto assuntos ligados ao direito são universais”, conta empolgado.
Mesmo já existindo outros projetos usando o direito em formato de quadrinhos, Arisson garante que o deles se diferencia pela linguagem. “Com apenas alguns minutinhos de leitura, você aprende algo e absorve um olhar humanitário. Isso tudo enquanto acessa suas redes sociais no dia a dia”, garante.
A aposta da dupla é de que em tempos de desinformação e muitas injustiças sociais, falar de direito seja uma forma de incentivar a solidariedade e cidadania. “Buscamos incentivar a solidariedade e a cidadania a cada história. Só de ver os noticiários, percebemos o quanto estamos todos mais agressivos e estressados por conta da pandemia da Covid.
As narrações reacendem esse olhar humanitário perdido por alguns durante o isolamento social”, conta Arisson, que futuramente pretende expandir o projeto para as escolas públicas.
(*) Danielle Souza é estagiária do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia