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Rondônia é investigada por fraude em vagas de UTI destinadas à Covid-19

Promotoria afirma que Executivo local escondeu quantidade de leitos para não precisar decretar estado mais rígido de isolamento

atualizado

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1 de 1 uti - Foto: Reprodução/Twitter

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) instaurou um inquérito para apurar supostas fraudes nos relatórios diários de leitos existentes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com coronavírus.

Segundo a denúncia, divulgada pelo portal G1, o governo estadual escondeu o real número vagas de em UTI para evitar que fosse obrigado a decretar medidas mais rígidas de isolamento social. Neste caso, eles teriam que instaurar a Fase 1, onde apenas mercados e serviços essenciais podem abrir.

O documento é assinado pelo promotor Geraldo Henrique Ramos Guimar. Nele são apontados diversas datas com as supostas fraudes nos boletins diários.

Em 6 de janeiro de 2021, por exemplo, o MP afirma que o relatório “apontava falsamente a disponibilização de 44 leitos de UTI, com ocupação de de 67,50%”. Dois dias depois, o estado divulgou existir apenas 20 leitos de UTI disponíveis.

“Isso somente ocorreu porque inseriram, indevidamente, 30 leitos de UTI do Cero [em Porto Velho], Hospital de Campanha da Zona Leste, os quais nunca estiveram realmente disponíveis por falta de médicos”, diz o inquérito.

Ainda segundo a promotoria de Justiça, o estado, “de forma maliciosa”, usou os dados inverídicos do dia 6 de janeiro para regredir a capital Porto Velho da Fase 3 para a 2. “Se utilizassem os dados reais, deveriam ter regredido diretamente para a Fase 1, que é mais restritiva”, afirma a denúncia do MP.

Já em 20 de janeiro, pela noite, o relatório de leitos indicava 14 vagas de UTI’s disponíveis, sendo 11 em Porto Velho e 2 em Cacoal. “Mas daí, passadas apenas poucas horas da divulgação do relatório (já na madrugada do dia 21), inexplicavelmente tínhamos 39 pacientes na fila aguardando leitos de UTI’s”, denuncia o promotor.

Colapso

No último sábado (23/1), Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho, declarou que a saúde está em crise: “O sistema de saúde de Porto Velho está em colapso. Os leitos de internação da prefeitura e do Governo do Estado estão ocupados”.

Ainda no fim de semana, o governador Marcos Rocha (sem partido) confirmou em uma live que o estado realmente estava em colapso e precisaria transferir pacientes da Covid-19 a outros estados.

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