Rivais no STF, Gilmar Mendes e Barroso defendem decisão de Moraes sobre PF
O ministro suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem, que é amigo próximo de Bolsonaro. O presidente criticou a iniciativa
atualizado
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Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal, ele foi atacado acidamente pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Com isso, os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, conhecidos por posições divergentes na Corte, se posicionaram em favor do colega de toga.
Nas redes sociais, Gilmar Mendes afirmou que “as decisões judiciais podem ser criticadas e são suscetíveis de recurso, enquanto mecanismo de controle. O que não se aceita – e se revela ilegítima – é a censura personalista aos membros do Judiciário”. Ele fez referência às declarações de Bolsonaro, que questionou a indicação de Moraes eu Supremo.
O chefe do Executivo fez duras críticas à decisão de Moraes. Ele afirmou que o despacho foi “político” e “quase gerou uma crise institucional”.
Dessa vez, sem embates com Gilmar Mendes, o ministro Luís Roberto Barroso também defendeu Moraes.
“O ministro chegou ao STF após sólida carreira acadêmica e de haver ocupado cargos públicos relevantes, sempre com competência e integridade. No Supremo, sua atuação tem se marcado pelo conhecimento técnico e pela independência. Sentimo-nos honrados em tê-lo aqui”, disse Barroso, em nota.
A suspensão da nomeação ocorre após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmar que Bolsonaro queria interferir na PF. Segundo ele, o presidente falou em colocar no comando “alguém do contato pessoal dele, para colher informações”.