Rio pode rever transferência de Rogério 157 se houver delação premiada
Pedido de permanência do bandido no Rio foi feito por alguns delegados
atualizado
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Um possível acordo de delação premiada com Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, poderia levar o governo do estado do Rio de Janeiro a rever o pedido de transferência do o traficante para uma penitenciária federal. A possibilidade foi revelada nesta terça-feira (12/12) pelo secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá, que participou de uma mesa-redonda sobre a violência no Rio de Janeiro, na Escola Superior de Guerra.
Sá explicou, no entanto, que ainda não foi comunicado oficialmente da possibilidade de delação. Segundo o secretário, a opção de transferir Rogério 157 para outro estado deve-se à necessidade de dificultar a articulação de seu grupo. “Presos com esse nível de liderança e com essa capacidade de mobilizar outros criminosos para criar um conflito como aquele, quanto mais longe, melhor”, afirmou Sá, referindo-se à disputa entre os grupos de Rogério 157 e Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, pelo controle do crime organizado nesta comunidade, em setembro.“O pedido de remoção dele para presídio federal já foi feito. Agora, se surgir uma possibilidade de delação, obviamente essa relação de custo-benefício vai ser melhor, e a gente repensa isso para que ele possa fazer nessa delação a entrega de outras estruturas do crime”, disse o secretário. “Se os investigadores, os delegados, os policiais tiverem uma linha de delação que favoreça a descoberta de outros criminosos em um escalão acima dele e de tal impacto na segurança pública no Rio, a gente pode rever”, acrescentou.
O secretário comentou também o atraso dos salários dos servidores da área de segurança pública, que ainda não receberam o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS) e de prêmios de cumprimento de metas. Sá disse que negocia com a a Secretaria de Estado de Fazenda a possibilidade de manter esses programas no ano que vem, o que, segundo ele, ainda depende da capacidade de arrecadação do estado.
“São duas estratégias criadas quando eu era subscretário, na minha subsecretaria, e que não posso usar como secretário”, disse Sá, que foi subsecretário de José Mariano Beltrame, seu antecessor na pasta.