Réus são absolvidos da acusação de participar da chacina de Osasco
Esta foi a segunda vez que os dois foram julgados pela suposta participação no assassinato de 17 pessoas, em agosto de 2015, em São Paulo
atualizado
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Os sete integrantes do júri popular absolveram nesta sexta-feira (26/2), o ex-policial militar Victor Cristilder dos Santos e o guarda civil Sérgio Manhanhã da acusação de participar, em 13 de agosto de 2015, da chacina de Osasco e Barueri, em que 17 pessoas foram assassinadas. Um mandado de soltura já foi emitido pela juíza Élia Kinosita Bulman.
O julgamento, que começou na segunda-feira (22/2), terminou nesta sexta, por volta das 15h20, depois que o Conselho de Sentença, formado por sete jurados, decidiu pela absolvição dos réus.
Esta foi a segunda vez que os dois réus foram julgados pela chacina. No primeiro julgamento, eles foram condenados, recorreram da decisão e solicitaram novo júri. O pedido foi atendido, mas a prisão de ambos foi mantida. Agora, com a absolvição, os dois serão soltos.
Na quinta-feira (25/2), os dois réus foram interrogados individualmente. Logo depois, foram realizados os debates: a acusação, formada pelo Ministério Público e a Defensoria Pública, e o advogado de defesa tiveram prazo de duas horas e meia para apresentar suas argumentações.
Na manhã de hoje, em réplica, os representantes do Ministério Público e da Defensoria falaram por mais duas horas, e o advogado de defesa teve duas horas para a tréplica. Só então o Conselho de Sentença se reuniu para dar o veredito.
Acusação
O Ministério Público sustentou que as 17 mortes foram uma vingança pelo assassinato de um policial militar e de um guarda civil, dias antes. De acordo com a acusação, os agentes de segurança se reuniram e decidiram fazer uma chacina para vingar as mortes.
Para a acusação, por meio de mensagens no celular, Cristilder combinou com Manhanhã o início do horário da chacina, dirigiu um dos carros usados na chacina e disparou contra as vítimas.
Histórico
No primeiro julgamento, ocorrido em setembro de 2017, Manhanhã e mais dois ex-policiais militares, Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain, foram condenados pelo crime.
Eleutério foi condenado à pena de 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. A sentença de Henklain foi de 247 anos, 7 meses e 10 dias e de Sérgio Manhanhã , de 100 anos e 10 meses. Segundo a acusação, Manhanhã agiu para desviar viaturas dos locais onde os crimes ocorreram. Ele foi denunciado por 11 mortes.
Já Cristilder foi julgado à parte, em março de 2018. Ele foi acusado por oito mortes e também por tentativa de homicídio. O tribunal do júri, naquela ocasião, condenou o ex-policial a 119 anos, 4 meses e 4 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado.