“Psicologicamente me trataram mal”, reclama hacker em depoimento
Os quatro suspeitos de invadir celulares de autoridades, incluindo o do presidente, Jair Bolsonaro (PSL), são ouvidos na 10ª Vara Federal
atualizado
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Uma semana após ter sido preso pela Polícia Federal, Gustavo Henrique Elias Santos, um dos quatro suspeitos de hackear os celulares de ministros, promotores, delegados, parlamentares e até do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), passou nesta terça-feira (30/07/2019) por audiência de custódia na Justiça Federal de Brasília.
O juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Oliveira, iniciou a audiência de custódia com 20 minutos de atraso. Gustavo Henrique Elias Santos foi o primeiro a ser interrogado e denunciou “agressões psicológicas”. Ele entrou na sala de audiências algemado e com uma camiseta cinza às avessas.
“Fisicamente me trataram bem, mas psicologicamente me trataram mal. Me chamaram de bandido, de hacker. Isso foi desnecessário”, reclamou ao juiz. Ele disse ter colaborado com o trabalho da investigação.
Gustavo Henrique disse que a companheira também não foi bem tratada. “Não davam água para ela, precisou de absorvente e não entregaram”, relatou. Segundo Gustavo, ele estava dormindo quando os policiais invadiram a casa, em São Paulo.
Ele reclamou do tratamento dos policiais no aeroporto e de ter ficado algemado durante o traslado para Brasília. “Quando entraram na minha casa eu estava pelado. Tinha uma policial feminina e não deixavam eu colocar uma roupa”, contou.
Ainda prestarão depoimento nesta terça-feira (30/07/2019) Walter Delgatti Neto, Suelen Priscila de Oliveira (esposa de Gustavo) e Danilo Cristiano Marques.
Na última sexta feira (26/07/2019), o magistrado determinou a prorrogação da prisão temporária de Walter, Danilo, Gustavo e Suelen. Os quatro estão detidos desde a última terça-feira (23/07/2019).