Propina da J&F: PGR tem 3 dias para dizer quem deve ser investigado
Prazo foi estabelecido pelo ministro do Supremo Edson Fachin. Informação é para inquérito sobre repasses do grupo a integrantes do MDB
atualizado
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Em despacho desta quinta-feira (17/5), o ministro Edson Fachin (foto em destaque), do Supremo Tribunal Federal (STF), deu três dias para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, esclarecer quem “deve efetivamente figurar como investigado” no inquérito que apura esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a parlamentares do MDB. A informação é do jornal O Estado de São Paulo.
As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Segundo Fachin, diz o jornal, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não individualizou o rol de investigados, “sugerindo que há indícios suficientes” para justificar a abertura de diligência no Supremo, em relação a certos políticos e demais envolvidos.
“Assim sendo, determino o retorno dos autos à Procuradoria-Geral da República, para que esta se manifeste, no prazo de 3 (três) dias, sobre quem deve efetivamente figurar como investigado nestes autos”, determinou o ministro, em despacho assinado nesta quinta-feira (17).“Todavia, os nomes referidos pelos colaboradores não convergem aos mesmos parlamentares, tampouco há identidade entre àqueles mencionados na tabela (elaborada por Raquel Dodge ao pedir a abertura de investigação) com as pessoas cuja oitiva se pleiteia na fase investigativa”, apontou o ministro.
Conforme lembra O Estadão, em sua delação, Saud disse ter havido pagamento da ordem de R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT. Apesar de diversas doações terem sido oficiais, o executivo da J&F afirmou tratar-se, na verdade, de “vantagem indevida”, já que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de emedebistas para as eleições de 2014, a fim de garantir a aliança entre os dois partidos.
Entre os supostos beneficiados, estão os senadores da sigla Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Eunício Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL) e Valdir Raupp (RO), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo.