Procuradora diz que agressor de Bolsonaro mostrou lucidez em audiência
Adélio Bispo de Oliveira afirma que não foi contratado por ninguém, nem recebeu qualquer tipo de auxílio para atacar presidenciável
atualizado
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A procuradora da República do Ministério Público Federal em Juiz de Fora (MG), Zani Cajueiro, responsável por atuar no caso do ataque ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que Adélio Bispo de Oliveira, preso em flagrante pela agressão, mostrou “lucidez e coesão” em seu raciocínio na audiência de custódia realizada no município mineiro na sexta-feira (7/9), um dia após sua prisão.
A avaliação da procuradora contrasta com a alegação de insanidade mental feita pela defesa do pedreiro de 40 anos. “No que tange à lucidez, no curso da oitiva na audiência de custódia, o raciocínio do preso era absolutamente coeso, sem lacunas. Externalizou discordar do candidato Bolsonaro em vários pontos. Não demonstrou a princípio nenhum sinal de insanidade mental”, afirmou Zani.
Uma dentre os três procuradores que atuam na Procuradoria da República no Município de Juiz de Fora, Zani Cajueiro frisou que o investigado tem segundo grau completo e se mostrou bem articulado ao depor sobre o crime confessado por ele. De acordo com ela, Adélio Bispo de Oliveira afirmou não gostar da ideia de Bolsonaro ser presidente da República, porque acha que ocorreria algum tipo de perseguição a certos grupos.
Um dos quatro advogados de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira, disse que a defesa vai apresentar nesta segunda-feira (10), requerimento formal à Justiça para a realização de exame psiquiátrico. A alegação de insanidade mental já foi feita na audiência de custódia.
“Ele (Adélio) disse que fez uso de medicação controlada, já se consultou com psiquiatras, neurologistas, todos esses fatos levantaram suspeitas quanto ao estado de saúde mental dele no momento da ação”, disse o advogado. Segundo o profissional, será utilizada a declaração do cliente que “recebeu uma ordem de Deus para tirar a vida de Bolsonaro” – afirmação feita em depoimento.
Durante os relatos feitos no depoimento, Adélio se identificou como de “esquerda” e afirmou que Bolsonaro “defende ideologia diametralmente oposta, ou seja, de extrema direita” e que o candidato “defende o extermínio de homossexuais, negros, pobres e índios.
O fato de Adélio ter à disposição quatro advogados também é algo que chamou a atenção dos órgãos de investigação, assim como a posse de quatro celulares e de notebook de última geração. Segundo a procuradora, a investigação está focando na análise de todos os possíveis contatos de Adélio que possibilitaram a chegada dele a Juiz de Fora, além da permanência na cidade e também a defesa. O Conforme informou o agressor, ele não foi contratado por ninguém, nem recebeu qualquer tipo de auxílio para atacar Bolsonaro.