Processos de Eduardo Paes e Jader Barbalho voltam à primeira instância
Ações deixarão o Supremo, por determinação do ministro Marco Aurélio Mello. Até agora, já são 44 casos “baixados” à instância inicial
atualizado
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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou para as instâncias inferiores quatro ações penais e 17 inquéritos dos quais é relator. Entre eles, está um processo baseado na delação da Odebrecht aberto para investigar o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) e o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM). A informação é do jornal O Globo.
Além dos 21 procedimentos que baixaram do Supremo pelas mãos de Marco Aurélio, Toffoli enviou nove processos, Alexandre de Moraes outros sete, Luís Roberto Barroso três, Celso de Mello dois e Edson Fachin dois. As mudanças de instância judicial são reflexo direto do julgamento sobre foro privilegiado realizado semana passada pelo Supremo. Na ocasião, a Corte restringiu o privilégio aos políticos, concluindo que só permanecerão sob análise do STF as ações relacionadas a crimes cometidos por parlamentares durante o exercício do mandato, e em razão dele.Segundo o texto, também há na lista inquéritos contra os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE), além de investigação sobre o deputado Júlio Lopes (PP-RJ), entre outros. Na contagem de O Globo, até o momento, os ministros do STF já mandaram pelo menos 44 processos para a 1ª instância: ações penais, inquéritos e pedidos de abertura de investigação.
Também nessa terça (8), informa O Globo, Marco Aurélio Mello decidiu manter no STF outras sete ações penais e 18 inquéritos. Desta forma, dos 46 processos em suas mãos, 25 continuarão na Corte e 21 (45,7%) irão para outras instâncias. “As ações penais mantidas não necessariamente têm relação com o exercício do mandato, mas estão em fase bastante adiantada e, para evitar maiores atrasos, a decisão do STF permite que a análise seja concluída na própria Corte”, diz o jornal carioca.
Acusação
Ainda de acordo com o jornal, o inquérito contra Pedro Paulo e Eduardo Paes foi enviado para a Justiça do Rio de Janeiro. Delatores da Odebrecht contaram que o deputado pediu e recebeu R$ 3 milhões para sua campanha em 2010. Paes teria facilitado o contato entre o parlamentar e executivos da empresa. Novas vantagens indevidas teriam sido pagas em 2012, quando o então prefeito Eduardo Paes teria pedido, e recebido, mais de R$ 15 milhões para sua campanha vitoriosa de reeleição, coordenada por Pedro Paulo.
A denúncia aponta que a Odebrecht teria feito o repasse de recursos com vistas à facilitação de contratos dos Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Rio. Em 2014, houve nova doação, dessa vez para Pedro Paulo, no valor de R$ 300 mil – aponta o inquérito. Os dois políticos negam as acusações.
Análise em novas Cortes
As quatro ações penais enviadas para a 1ª instância têm como réus o senador Ivo Cassol (PP-RO), o deputado federal Marco Reategui (PSD-AP) e, em dois casos, o também deputado Roberto Góes (PDT-AP). Góes é, até agora, quem mais teve processos enviados para a primeira instância, diz O Globo: cinco foram para a Justiça do Amapá. Todos dizem respeito a possíveis irregularidades no período em que ele foi prefeito de Macapá. Das outras três ações, duas tinham sido mandadas para a 1ª instância pelo ministro Dias Toffoli e um pelo ministro Alexandre de Moraes.
No caso das quatro ações penais de Marco Aurélio, todas dizem respeito a supostos crime cometidos antes do mandato. Entre os 17 inquéritos enviados para outras instâncias, também há fatos ocorridos quando o investigado já ocupava o atual cargo, mas que não têm relação com o exercício do mandato. O inquérito de Jader, por exemplo, trata de eventuais irregularidades em declaração de imposto de renda.
Segundo O Globo, nem todos os inquéritos irão para a Justiça comum. Os casos dos deputado Luís Tibé (Avante-MG), Cacá Leão (PP-BA) e Heráclito Fortes (DEM-PI), por exemplo, acusados de caixa 2, serão analisados respectivamente na Justiça Eleitoral (de Minas Gerais, da Bahia e do Piauí, respectivamente). Processos dos deputados Ezequiel Fonseca (PP-MT) e Eli Corrêa Filho (DEM-SP) também irão para a Justiça Eleitoral de seus estados.
A lista de parlamentares nos inquéritos relatados por Marco Aurélio que estão deixando o STF também inclui os deputados Alceu Moreira (PMDB-RS), Alfredo Kaefer (PP-PR), Erika Kokay (PT-DF), Jozi Araújo (Pode-AP) e Rejane Dias (PT-PI). A maioria foi encaminhada para a justiça estadual, mas o de Jozi Araújo, por exemplo, foi para a Justiça Federal.