Primo de Aécio recebeu propina em caixas de sabão, diz empresário
Waldir Rocha Pena disse em depoimento que repassou dinheiro vivo para Frederico Pacheco, que negou a acusação
atualizado
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Em depoimento, o empresário Waldir Rocha Pena – dono de um supermercado em Belo Horizonte (MG) usado como base pela JBS para pagamento de propina a políticos – afirmou que entregou dinheiro a um primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Frederico Pacheco, e a um ex-assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG), Mendherson Souza.
As informações sigilosas foram obtidas e divulgadas pelo jornal O Globo. De acordo com a reportagem, as entregas foram feitas em caixas de sabão em pó. Os citados negam as acusações.
As informações corroboram a delação da JBS e constituem nova prova de recebimento de propina por parte dos respectivos políticos. O depoimento de Waldir Rocha Pena foi feito à Receita Federal e enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem cabe investigar Aécio e Perrella no caso, informou o jornal carioca.
As informações foram compartilhadas ainda com a Polícia Federal de Minas Gerais e usadas na deflagração da Operação Capitu, responsável por investigar corrupção no Ministério da Agricultura. Durante a ação, o dono da JBS, Joesley Batista, e outros envolvidos no caso, foram presos temporariamente.
Em sua delação premiada, o ex-diretor da J&F Ricardo Saud relatou que operacionalizou repasses para Aécio Neves por meio de operações financeiras com um supermercado na capital mineira e a consequente entrega em dinheiro para Frederico. Na delação, Saud revelou ter repassado cerca de R$ 4 milhões para o tucano.