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Presidente do Sebrae entra na mira do MPT após denúncias de assédio

MPT autuou notícia de fato para investigar denúncias de assédio moral contra Carlos Melles, presidente do Sebrae

atualizado

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Flickr/Liderança Democratas
Carlos Melles
1 de 1 Carlos Melles - Foto: Flickr/Liderança Democratas

O Ministério Público do Trabalho (MPT) autuou nessa terça-feira (29/11) uma notícia de fato para investigar as denúncias de assédio moral contra o presidente do Sebrae, Carlos Melles (foto em destaque).

Em síntese, a notícia de fato é uma apuração preliminar. Se transformada em inquérito, por exemplo, o MPT passará a ouvir as supostas vítimas e o acusado.

O procedimento foi distribuído ao procurador do Trabalho Rafael Mondego Figueiredo, que vai analisar o caso e decidir sobre o aprofundamento das investigações.

Na notícia de fato foi anexada reportagem do Metrópoles publicada nessa segunda-feira (28/11). Melles aparece em vídeo proferindo xingamentos, ofensas e intimidações contra servidores durante reuniões do Sebrae.

Melles desrespeita funcionários – em sua maioria, mulheres – e chama as supostas vítimas de “bicuda”, “tagarela”, “mole” e “teimosa”, dentre outros adjetivos. Em uma das situações, o presidente do Sebrae classifica uma profissional de “advogada mais ou menos”.

As reuniões ocorrem por meio de videochamadas em aplicativos. Melles sabia que estava sendo filmado. Inclusive, chegou a ser alertado por um dos presentes.

“Pseudodenúncias”

Reeleito para o cargo nessa terça, Melles nega as acusações e afirma que as imagens foram “editadas” e “descontextualizadas”.

Em nota ao Metrópoles, o presidente do Sebrae chama as acusações de “pseudodenúncias” e diz que elas “não têm qualquer amparo na realidade”. “As notas e os vídeos apócrifos foram feitos de forma covarde, uma vez que os autores não assumem de público suas acusações. O material traz trechos minuciosamente editados, totalmente descontextualizados, para construir uma narrativa baseada na mentira”, afirma.

O ex-deputado federal argumenta que os “momentos de pressão” vividos ao longo dos quatros em que está à frente da instituição “não permitem insinuações fraudulentas”. A entidade teve receita de R$ 5 bilhões em 2022.

“Das mais de centenas de reuniões on-line que conduzi para permitir a tomada de decisão em situações de crise, os trechos editados não refletem a minha rotina; ao contrário”, diz.

Questionada pela reportagem do Metrópoles, o Conselho Deliberativo Nacional (CDN) do Sebrae informou ter instaurado, no dia 21 de novembro deste ano, procedimento interno para “conhecer, de modo aprofundado e contextualizado, os assuntos ali narrados”. O órgão frisou ter tomado conhecimento da denúncia dois dias antes, em 19 de novembro.

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