metropoles.com

Plenário do STF deve rever mérito sobre prisão após segunda instância

O ministro Marco Aurélio Mello pretende retomar o debate sobre o tema na Corte suprema, apoiado por Gilmar Mendes

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Mello/Metrópoles
ministro marco aurelio mello
1 de 1 ministro marco aurelio mello - Foto: Michael Mello/Metrópoles

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira (16/8) que pretende trazer para o plenário da Corte a análise do mérito de duas ações que tratam da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.

O Partido Ecológico Nacional (PEN) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) são autores de duas ações que pediam a concessão de medida cautelar para suspender a execução antecipada da pena após decisão em segunda instância.

Em outubro do ano passado, por 6 votos a 5, o STF analisou as duas ações, decidindo manter a possibilidade de execução de penas — como a prisão — após a condenação pela Justiça de segundo grau e, portanto, antes do esgotamento de todos os recursos.

À época, o ministro Marco Aurélio — relator das duas ações — ressaltou que a Corte estava decidindo sobre a medida cautelar, e não sobre o mérito delas. O ministro foi um dos votos contrários à prisão após a condenação em segunda instância, sendo acompanhado por Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

“O processo está na Procuradoria, eu quero trazer a matéria (ao plenário)”, disse Marco Aurélio nesta quarta-feira, antes de participar da sessão plenária do STF. “Pelas sinalizações, o score vai se inverter quanto ao segundo pedido, que é de se aguardar o julgamento no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, comentou.

Toffoli propôs no julgamento de outubro que o cumprimento da pena fosse feito apenas após o julgamento por instância superior. Segundo Toffoli, o julgamento final caberia ao STJ.

“Esse voto está na corrente minoritária, outro colega que já se pronunciou. Se confirmar o que vocês divulgaram quanto a evolução, que para mim é evolução e não involução, vai inverter para aguardar o STJ”, avaliou.

Revisitar
Em maio deste ano, o ministro Gilmar Mendes defendeu a rediscussão do tema pelo tribunal. Gilmar votou em outubro a favor da possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância.

“Nós admitimos que se permitiria a prisão a partir da decisão de segundo grau. Mas não dissemos que ela fosse obrigatória”, disse Gilmar Mendes ao analisar um caso durante a sessão da Segunda Turma.

Uma nova discussão sobre o assunto será feita por uma nova composição do STF — o ministro Teori Zavascki, que votou a favor da possibilidade de prisão após decisão em segunda instância, morreu em acidente aéreo em janeiro deste ano.

O ministro Alexandre de Moraes assumiu a cadeira de Teori. Em fevereiro deste ano, ao ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Moraes disse que a prisão após a condenação em segunda instância não é “inconstitucional”.

Nesta semana, o juiz federal Sérgio Moro se encontrou com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, durante evento em São Paulo e mostrou preocupação com uma eventual revisão da decisão do STF. “Não há nada pautado sobre isso. Não há nada cogitado”, disse Cármen.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?