metropoles.com

“Plea bargain”: Câmara debate confissão em troca de pena menor

Em agosto, trecho havia sido retirado do pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arquivo/Câmara dos Deputados
capitão augusto
1 de 1 capitão augusto - Foto: Arquivo/Câmara dos Deputados

A Comissão Especial do Código de Processo Penal (CPP) da Câmara dos Deputados debate na manhã desta quinta-feira o chamado plea bargain (em tradução livre, pedido de barganha). A proposta busca dar maior celeridade à Justiça criminal e fazer com que o Judiciário se dedique a crimes mais graves.

O plea bargain é um acordo entre duas partes em troca de algo, uma espécie de barganha. O pacto é feito após apresentação de denúncia e envolve a confissão dos crimes pelo acusado. Com isso, é possível que a pena do autor de um delito seja reduzida.

Em agosto, o grupo de trabalho da Câmara federal responsável por analisar o pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, rejeitou o conceito nos termos em que foi proposto. O acordo defendido por Moro segue um modelo norte-americano e permite que o acusado assuma a culpa.

Na ocasião, o relator do pacote anticrime na Casa (foto em destaque), Capitão Augusto (PL-SP), lamentou o resultado. “Vamos ver o que poderemos fazer para recuperar esse ponto no plenário, que é muito importante, uma das maiores inovações do pacote”, pontuou.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) defendeu a retirada da medida. “Há muitos problemas relacionados ao plea bargain, como a restrição ao direito de defesa”, sustentou.

No Brasil, a Justiça não adota o termo confissão de culpa. Trabalha com a presunção de inocência, princípio responsável por tutelar a liberdade dos indivíduos e que está previsto na Constituição: “Ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Caso a proposta de Moro fosse aprovada, seria permitido que o acusado de um crime se declarasse culpado sem a abertura de processo judicial para apurar os fatos.

Ao Metrópoles, a deputada Margarete Coelho (PP-PI), uma das solicitantes do debate, disse que mesmo com a “rejeição absoluta” da proposta do ministro Sergio Moro, ainda é preciso estudar a medida para saber se existe chance de ela ser incluída nos moldes da Justiça brasileira.

Segundo a parlamentar piauiense, a proposta apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à Câmara dos Deputados, em 2018, é a mais adequada ao sistema judicial brasileiro. O entendimento de Moraes torna possível a negociação e a não persecução penal em crimes mais leves.

O texto de Moraes foi aprovado pelo mesmo grupo de trabalho que rejeitou a proposta do ministro Sergio Moro.

Debatedores
Para a audiência que será realizada às 9h30 desta quinta-feira (24/10/2019), foram convidados representantes da Defensoria Pública da União, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos, além de advogados. Assim como a congressista Margarete Coelho, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) também solicitou a discussão do tema.

Pacote anticrime
Desde que foi entregue ao Congresso, em fevereiro deste ano, vários trechos da proposta foram retirados. Entre os quais, o que previa a prisão em segunda instância, o excludente de ilicitude e o plea bargain.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na semana passada que a proposta de Moro deve ser aprovada na Casa ainda neste ano. “Vai andar bem, com 70% do texto original aprovado. Tiramos as coisas mais polêmicas. É um projeto difícil para ser aprovado”, pontuou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?