PGR: Aras adia cortes de 50 assessores ligados à Lava Jato
Medida ameaçava inviabilizar os trabalhos das investigações contra políticos com foro privilegiado
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, adiou decisão de cortar aproximadamente 50 assessores dos setores de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), como o grupo de trabalho da Lava Jato e a área da perícia, e prorrogou o prazo para análise desses cortes.
Após o jornal O Globo ter revelado a portaria com as previsões de cortes nas áreas de investigação, que deveriam ser efetivados até o dia 7 de janeiro, Aras publicou uma nova portaria prorrogando para fevereiro os cortes e dando tempo adicional para que os setores afetados informem a necessidade de pessoal.
A partir dessas informações, será analisada a necessidade de pessoal nas áreas de investigação e uma nova portaria com os cortes finais será publicada. Ainda pode haver cortes de assessores — o formato final só será conhecido em fevereiro.
Desgaste interno
A revelação provocou desgaste interno do PGR e de seu secretário-geral Eitel Santiago Pereira, que formatou a portaria com a redução das equipes antes de dialogar com os setores da Procuradoria.
Aras já havia admitido a possibilidade de rever os cortes, que ameaçavam inviabilizar os trabalhos das investigações contra políticos com foro privilegiado.
A portaria publicada na semana passada havia estabelecido cortes no setor de perícia da PGR, na área de cooperação internacional, apoio à atuação eleitoral e ao grupo de trabalho da Lava Jato, totalizando cerca de 50 assessores.
Ao mesmo tempo, os gabinetes dos subprocuradores-gerais da República, função mais alta da carreira do Ministério Público Federal, ganhariam 74 assessores.