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PF vê Cristiane Brasil em “posto de comando” no Ministério do Trabalho

Para investigadores, a deputada integrou organização criminosa atuante em secretaria da pasta

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1 de 1 Cristiane-Brasil-840×5601-840×560 - Foto: Reprodução/PTB

No pedido responsável por basear a segunda fase da Operação Registro Espúrio, a Polícia Federal (PF) apontou que a deputada federal Cristiane Brasil (PTB/RJ), mesmo tendo sido vetada pela Justiça de assumir o Ministério do Trabalho, passou a ter um “posto de comando” na Secretaria de Relações do Trabalho da Pasta, “com evidentes indícios de manipulação e direcionamento de processos de registro sindical”. De acordo com investigadores, a parlamentar integrou organização criminosa atuante na referida secretaria.

Os indícios que motivaram a realização de busca e apreensão no gabinete e em dois endereços residenciais da deputada foram colhidos após a apreensão do celular do “braço direito”  dela no órgão, Renato Araújo Júnior, preso na primeira fase da operação, em 30 de maio. Dois dias depois, a PF pediu medidas contra a parlamentar, endossadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizadas pelo ministro relator Edson Fachin. A relação com Renato, ora chamada de “ingerência”, ora de “sociedade”, foi uma das constatações dos investigadores.

“O conteúdo das conversas revela que, impedida por decisão judicial de tomar posse como Ministra do Trabalho no início do corrente ano, Cristiane Brasil passou a exercer grande influência na pasta. Os diálogos demonstram que a parlamentar, mesmo não ocupando formalmente qualquer cargo na estrutura do órgão, foi alçada, na prática, a um posto de comando no local, fortalecendo a estrutura de atuação do ‘Subnúcleo PTB'”, afirmou a PF ao STF.

Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, “a breve análise feita em um dos telefones deste investigado (Renato Araújo) deixou patente a existência de veementes indícios da participação da filha de Roberto Jefferson, a deputada federal Cristiane Brasil, na organização criminosa”.

Um dos pontos que a PF aponta como graves, mas sobre os quais a investigação não tem clareza em relação a possível cometimento de crime, é uma mensagem da deputada para o celular de Renato Araújo falando que está sofrendo pressão. A suspeita da PF é que o conteúdo diz respeito a pagamento de valores acertados anteriormente.

“A análise isolada da mensagem não permite entender o seu contexto, mas o fato de ter sido encaminhada a seu “braço direito” indica a possibilidade de ser relacionada a propina acertada para manipulação de processos sindicais, devendo tal hipótese criminal ser averiguada após o deferimento das medidas pleiteadas nesta peça (busca e apreensão)”, diz a PF.

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