PF faz duas operações simultâneas contra desvios na saúde no Maranhão
Justiça expediu 19 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária, um de preventiva e bloqueio de R$ 15 milhões dos envolvidos
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18/10), de forma simultânea, duas fases da Operação Sermão aos Peixes – Operação Peixe de Tobias (6ª Fase) e a Operação Abscondito II (7ª Fase). Estão sendo cumpridos no total 19 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Maranhão. Também foi determinado na mesma decisão, o bloqueio judicial e sequestro de bens num valor que supera R$ 15 milhões.
Segundo a PF, as diligências estão sendo realizadas em seis cidades: São Luís/MA, Imperatriz/MA, Parauapebas/PA, Palmas/TO, Brasília/DF e Goiânia/GO. A investigação contou com a participação do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil.
Na Operação Peixe de Tobias, de acordo com a PF, foram coletados diversos indícios no sentido de que, entre os anos de 2011 a 2013, aproximadamente R$ 2 milhões destinados ao sistema de saúde estadual. Os valores teriam sido desviados para uma empresa sediada na cidade de Imperatriz/MA e por meio de pagamento de valores mensais a blogueiros.
De acordo com a corporação, nas investigações da operação Abscondito II, a PF apura o vazamento da primeira fase da Operação Sermão aos Peixes reunindo elementos indicadores de que membros da organização criminosa investigada atuaram para cooptar servidores públicos de modo a obter informações privilegiadas sobre a investigação.
“Diante das informações existem indicativos no sentido da destruição e ocultação de provas por parte da organização criminosa. Além disso, violando medidas cautelares impostas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, um dos investigados teria dilapidado seu patrimônio e transferido seus bens para terceiros visando impedir que fosse decretada a perda de tais bens”, informa a PF em comunicado.
Os investigados poderão responder, informa a PF, pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, dentre outros que possam ainda ser apurados.
Os nomes escolhidos para estas fases são uma referência a trechos do Sermão do Padre Antônio Vieira (1654), que ficou conhecido como o “Sermão aos Peixes”, no qual o Padre utiliza vários peixes como símbolos dos vícios e corrupção da sociedade. O fel do Peixe de Tobias, apesar de amargo, teria a capacidade de curar a cegueira dos ouvintes.
No contexto da investigação, o Peixe de Tobias, segundo a PF, busca revelar o esquema que envolveu o desvio de recursos públicos. No caso da Abscondito II, continuidade da Operação Abscondito, deflagrada em outubro de 2016, remonta a um trecho do sermão no qual alguns peixes, quanto maiores, mais se escondem. Trata-se de uma referência aos atos de ocultação de provas e de patrimônio a partir da tentativa de dissimulação e ocultação dos bens adquiridos com valores desviados do sistema de saúde estadual. (Com informações da Polícia Federal)