PF encontra R$ 200 mil em casa de Ciro Nogueira, presidente do PP
A PGR suspeita que o senador e o deputado federal Dudu da Fonte tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor que colaborou com a Lava Jato
atualizado
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A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 200 mil na residência do presidente nacional do Partido Progressista (PP), o senador Ciro Nogueira. A informação sobre apreensão de valores foi confirmada pelo advogado do senador, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Nogueira teve o gabinete no Senado Federal e a residência em Teresina (PI) alvos de busca e apreensão da PF nesta terça-feira (24/4).
Conforme suspeita da Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), o Dudu da Fonte, tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações da Lava Jato sobre a suposta participação dos dois em uma organização criminosa. O parlamentar da Câmara também foi alvo de busca.
“Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal”, disse Kakay. O advogado avisou que irá solicitar a devolução dos bens.
Segundo a PGR, a tentativa de obstrução da investigação inclui o pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação desta terça. O objetivo das medidas cautelares cumpridas, diz o Ministério Público Federal, é reunir mais provas de que houve atuação para compra de silêncio.
Além das buscas, a PF cumpriu um mandado de prisão contra o ex-deputado Márcio Junqueira, que seria ligado ao senador. Além dos gabinetes ocupados pelos parlamentares no Congresso Nacional e dos respectivos apartamentos funcionais em Brasília, foram realizadas buscas em endereços residenciais na capital federal, em Teresina (PI), Recife (PE) e Boa Vista (RR).
Inquérito
A operação tem relação com um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal em setembro de 2017, no âmbito da Lava Jato, para apurar repasses a políticos do Partido Progressista – do qual Nogueira é presidente.
Depois de um desmembramento no inquérito na semana passada, o que segue sendo investigado é o repasse de R$ 1,6 milhão aos deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Arthur Lira (PP-AL), Eduardo da Fonte (PP-PE) e ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), em 2011, por meio de um contrato fictício com a empresa KFC Hidrossemeadura, pertencente a Leonardo Meirelles e o grupo Queiroz Galvão.
Defesa
A defesa do Senador Ciro Nogueira deseja esclarecer que a busca e apreensão efetuada na residência e no gabinete do Senador, embora a defesa entenda que foi absolutamente desnecessária, ocorreu rigorosamente dentro da legalidade, em cumprimento a ordem emanada de Ministro do Supremo.