PF: Eduardo e Carlos Bolsonaro foram primeiros alvos de hacker
Relatório que indicia seis pessoas pela invasão e divulgação de mensagens de autoridades como Sergio Moro questiona versão de hacker
atualizado
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A investigação da Polícia Federal não crê na versão do hacker Walter Delgatti Neto, o Vermelho, de que a corrente de hackeamento de autoridades que chegou ao então juiz federal Sergio Moro começou com a invasão do celular de um promotor de Araraquara que havia denunciado o suspeito em outro processo.
Para a PF, segundo relatório que indicia Delgatti e outras cinco pessoas por crimes como formação de quadrilha, o primeiro alvo foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seguido por seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Até um número ligado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estaria na corrente de hackeamento, segundo essa versão.
Em seus depoimentos, Delgatti afirma que encontrou o contato de autoridades como o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, depois de invadir o aparelho do promotor Marcel Zanin Bombardi. Para a PF, porém, esse promotor só foi alvo dos hackers em junho deste ano, sendo que Dallagnol teve o celular invadido no dia 26 de abril de 2019.
De acordo com o relatório, a que o Metrópoles teve acesso, uma linha do tempo construída pelos peritos da PF indica que “a primeira autoridade pública que sofreu a invasão de seu aplicativo Telegram, dentre aquelas cujo número de telefone foi identificado durante as investigações, teria sido o deputado federal Eduardo Bolsonaro, conforme chamada registrada às 03h36 do dia 02/03/2019”.
Em outro trecho, o relatório registra que “seria factível obter os números de telefones de outras autoridades” a partir da agenda de Eduardo.
A apuração indica que o hacker teria conseguido o telefone pessoal do filho do presidente da República ao encontrar seu CPF e registrá-lo em um site de buscas especializado. No histórico de buscas, logo após Eduardo, teria sido buscado o nome de seu irmão Carlos Bolsonaro.
Veja o esquema elaborado pela PF, que também coloca na corrente de hackeamento números ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e ao ministro do STF Alexandre de Moraes.