Paulo Guedes sobre privatização do BB: “Tem que vender essa porra logo”
Ministro da Economia defende a venda da instituição na reunião ministerial cujo o vídeo foi liberado pelo STF e Bolsonaro alerta “só em 23”
atualizado
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No vídeo da reunião ministerial liberado nesta sexta-feira (22/05) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Economia, Paulo Guedes diz que o Banco do Brasil “não é nem tatu nem cobra” e defende a privatização da instituição financeira.
“Já notou que o BNDES e a Caixa são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo”, afirmou o ministro na reunião.
“Vamos dispensar o Rubem da próxima reunião aí, pô”, respondeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos risos se referindo ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, que também participou do encontro.
Novaes tentou apresentar dados positivos sobre a atuação do Banco do Brasil, mas foi interrompido por Guedes. “Confessa o seu sonho”, provocou o ministro da Economia. “Em relação (risos) à privatização, eu acho que fica claro que com o BNDES cuidando do desenvolvimento e com a Caixa cuidando da área social, o Banco do Brasil estaria pronto para um programa de privatização, né?, afirmou o presidente do Banco do Brasil.
Bolsonaro, então, alertou: “Isso aí só se discute, só se fala isso em vinte e três, tá?”.
Divulgação
Após as manifestações do ex-ministro Sergio Moro, da Justiça, da Advocacia-geral da União (AGU) e da Procuradoria-geral da República (PGR), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta sexta-feira (22/05), autorizar a divulgação do conteúdo do vídeo da reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chefe do Executivo é alvo de um inquérito que também envolve o ex-juiz da Lava Jato.
Houve cortes, por parte de Celso de Mello, em trechos que mencionam outros países. “Assinalo que o sigilo que anteriormente decretei somente subsistirá quanto às poucas passagens do vídeo e da respectiva degravação nas quais há referência a determinados Estados estrangeiros”, destacou.
O presidente chegou a pedir para o decano não liberar a íntegra do vídeo: “Só peço: não divulga a fita toda”, disse Bolsonaro, na véspera da decisão de Celso de Mello. “Tem questões reservadas, tem particularidades ali. O resto, o que eu falei, tem dois pedacinhos de 15 segundos que eu falei de política externa que não pode divulgar. O resto, divulga”, completou.
Veja os vídeos da reunião ministerial liberados pelo STF: