Para Moro, alteração sobre 2ª instância no STF seria “desastrosa”
Juiz afirmou que eventual alteração no entendimento do STF “colocaria em liberdade” não só Almada, mas “vários criminosos poderosos”
atualizado
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Moro também citou ministros do STF que podem votar contra a execução de pena para condenados em segunda instância. “Espera-se que a jurisprudência que nos permitiu avançar tanto e que é legado do ministro Teori Zavascki não seja revista, máxime por uma Corte com o prestígio do Supremo Tribunal Federal e por renomados ministros como Rosa Weber, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski”.
“Eventual alteração seria desastrosa para os avanços havidos recentemente em prol do fim da impunidade da grande corrupção no Brasil”, afirmou.
A sentença de Moro relativa ao ex-vice-presidente da Engevix foi reformada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que aplicou, em junho do ano passado, 34 anos e 20 dias ao ex-executivo por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Almada foi acusado de pagar propina de R$ 15.247.430 no esquema na Petrobrás.
Na decisão desta segunda-feira (19), Moro afirmou que eventual alteração no entendimento do STF “colocaria em liberdade” não só Almada, mas “vários criminosos poderosos condenados”.
Defesa
O criminalista Antônio Sérgio Pitombo disse que Gérson Almada vai se apresentar à Justiça. “Vamos discutir essa questão nos tribunais superiores”, afirmou Pitombo, que vai entrar com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Não é apenas a discussão se pode ou não pode a execução da pena, mas a absoluta falta de critério legal para fixação da pena”.
A Engevix informou que Almada “já se desligou da empresa”.