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Para Dodge, Pezão assumiu comando do esquema de propina no Rio

Procuradora-geral destacou que medidas foram adotadas para localizar recursos públicos desviados. Governador foi preso na manhã desta quinta

atualizado

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1 de 1 raquel dodge - Foto: Nelson Jr./SCO/ST

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta quinta-feira (29/11) que a organização criminosa investigada pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro continuou atuando, após as várias prisões ocorridas no estado. Segundo a procuradora, houve uma sucessão no comando dos crimes de corrupção, principalmente lavagem de dinheiro, e essa nova forma, agora comandada pelo governador Luiz Fernando Pezão, é alvo da Operação Boca de Lobo.

“Houve uma sucessão de pessoas partícipes dessa organização criminosa. No entanto, mesmo depois das prisões, ocorreu uma nova liderança. É nessa perspectiva que atua o atual governador do Rio de Janeiro”, disse a procuradora.  “As informações da força-tarefa da Lava-Jato no Rio de Janeiro apontam que esse esquema criminoso ainda não cessou. Por isso foram necessárias medidas, como a prisão preventiva. O dinheiro desviado precisa voltar aos cofres públicos”, completou Dodge.

A ação foi desencadeada na manhã desta quinta e prendeu o governador do estado no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do Executivo. A operação é baseada na delação premiada do economista Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral.

Durante entrevista coletiva, Dodge destacou que as medidas cautelares foram adotadas para aprofundar as investigações e, principalmente, localizar as verbas, no valor de R$ 39,1 milhões . “Medidas de sequestro de bens são necessárias para que haja, em tempo oportuno, o devido ressarcimento dos danos. O dinheiro desviado por ato de corrupção precisa retornar aos cofres públicos”, observou.

“Os fatos não se iniciam agora. Desde 2006, há uma sucessão de atos e de pessoas. Esta organização continua atuando especialmente em relação à lavagem de dinheiro”, disse a procuradora.

“O ministro Félix Fischer acolheu todos os pedidos da PGR, que consistem nas prisões, mas também em medidas de busca e apreensão, em relação a 11 pessoas, e medidas de sequestro de bens, que são necessárias para que haja o devido ressarcimento do dano”

Segundo o procurador Leonardo de Freitas, do MPF do Rio, os valores são oriundos, em parte, de uma mesada paga pelo operador de propinas de Sérgio Cabral e agora colaborador premiado, Carlos Miranda, e, em outra parte, de desvios de recursos públicos ligados ao setor de transporte.

Também presente à coletiva, Freitas afirmou que houve “uma dança das cadeiras espúria com uma sucessão de pessoas após a prisão do primeiro time”, de Sérgio Cabral. “O senhor Carlos Wilson [ex-secretário de gestão de Cabral] foi sucedido pelo Affonso Monnerat [secretário de Governo de Pezão]. Hudson Braga, ex-secretário de obras de Cabral, foi sucedido por José Hiran, preso na data de hoje”, disse o procurador.

“Há cerca de dois anos, quando da prisão do senhor Sérgio Cabral, na Operação Calicute, nos fizeram uma pergunta que foi: e o Pezão? Nós não esquecemos a pergunta de vocês e estamos aqui hoje para responder a pergunta”, disse o procurador.

Abaixo, a relação de pessoas com prisões decretadas:

Luiz Fernando Pezão – governador do Estado do Rio de Janeiro
José Iran Peixoto Júnior – secretário de Obras
Affonso Henriques Monnerat Alves Da Cruz – secretário de Governo
Luiz Carlos Vidal Barroso – servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
Marcelo Santos Amorim – sobrinho do governador
Cláudio Fernandes Vidal – sócio da J.R.O Pavimentação
Luiz Alberto Gomes Gonçalves – sócio da J.R.O Pavimentação
Luis Fernando Craveiro De Amorim – sócio da High Control
César Augusto Craveiro De Amorim – sócio da High Control

Ação por improbidade
Na segunda-feira (26), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) ajuizou ação civil pública contra Luiz Fernando Pezão por improbidade administrativa nas obras de reforma do Maracanã.

Na denúncia, o MP-RJ declara que as obras do estádio causaram um prejuízo de quase R$ 3 milhões aos cofres do estado. A ação civil pública pede o afastamento de Pezão do cargo atual no governo do Rio de Janeiro, mesmo faltando apenas um mês e cinco dias para o fim do mandato. (Com informações da Agência Estado)

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