Pandemia: 25,7% dos magistrados têm piora na saúde e 50% sentem “medo”
Apesar de contarem com bons planos de saúde e estarem em trabalho remoto, servidores da Justiça sentem os impactos do coronavírus
atualizado
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O desgaste causado pela pandemia de coronavírus atingiu os magistrados e servidores da Justiça. De acordo com levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 25,7% deles relataram piora na saúde após a chegada do vírus no país. Ou seja, um a cada quatro se sentem mais cansados e menos bem-humorados do que antes da Covid-19.
Apesar de a carreira Judiciária contar com bons planos de saúde e trabalho remoto recomendado desde no início da pandemia, metade dos servidores e magistrados relataram sentimento de medo. Outros 35,5% disseram estar mais desanimados devido à crise do coronavírus e 26,6% contaram que passaram a sentir tristeza e melancolia nesse período de isolamento social.
Questionados sobre os maiores temores em razão das mudanças nas condições de vida causadas pela pandemia de Covid-19, a maioria dos magistrados e servidores informou que tem medo de que os familiares pertencentes ao grupo de risco possam adoecer ou falecer (79,1%). Já 64,6% deles disseram ter receio de ficarem doentes.
A pesquisa do CNJ levou em consideração 46.788 entrevistados, sendo 3.591 magistrados (19,8% do total) e 43.197 servidores (16,1% do total), de todos os segmentos da Justiça.
Mudanças notáveis
Segundo o levantamento, os magistrados e servidores têm apresentado, com maior frequência, durante a pandemia, alteração na rotina do sono (47,7%), mudança de peso (44,3%), sensação de cansaço ou sonolência (37,6%) e dores musculares e físicas em geral (37%).
Há também uma mescla de sensações positivas e negativas percebidas pelos magistrados e servidores. Quase a metade (46%) tem sentimentos bons e ruins simultaneamente. Enquanto isso, 32% têm somente sentimentos ruins e 20% têm somente sentimentos bons.
Em relação à rede de apoio utilizada pelos membros da Justiça para amenizar as consequências da pandemia, 51,9% disseram que buscam refúgio nos familiares, 38,9% recorrem aos amigos e 38,1% investem no apoio espiritual, como meditação e orações.
No entanto, 14,5% dos magistrados e servidores afirmaram que guardam para si seus sentimentos relacionados ao coronavírus.
Volume de trabalho
Em decorrência da pandemia, 75% dos servidores e magistrados estão realizando suas atividades de forma integral via trabalho remoto. Com isso, 48% deles dizem ter passado a dedicar mais horas do dia para a realização das tarefas.
De acordo com os entrevistados, o trabalho é a atividade que toma a maior parte do tempo para 95,2% dos magistrados e servidores durante a pandemia de Covid-19.
Na sequência, estão afazeres como limpeza de casa, roupas, entre outros (61,9%) e preparação das refeições (52,3%).
Veja a íntegra da pesquisa:
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