Palocci assina novo acordo de delação premiada, desta vez com o MPF
O ex-ministro de Lula e Dilma vai detalhar aos procuradores a atuação do ex-presidente em desvios de fundos de pensão
atualizado
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O ex-ministro da Fazenda de Lula Antonio Palocci assinou acordo de delação premiada com os procuradores da força-tarefa da Operação Greenfield, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo. A colaboração deverá ser homologada pela 10ª Vara de Brasília.
Para assinar a delação, Palocci deu detalhes sobre a atuação do do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em possíveis desvios de fundos de pensão. Entre eles o acordo feito para que a Funcef e a Petros entrassem como acionistas da Norte Energia, proprietária da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Palocci está em Brasília desde a segunda (7) para prestar depoimentos aos investigadores da Greenfield, que investiga desvios nos maiores fundos de pensão do país.
A expectativa dos investigadores é que Palocci, que também assinou acordo de delação na Operação Lava Jato, possa trazer mais informações sobre os supostos desvios nos fundos de pensão de servidores de estatais, como Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). Segundo as investigações, as fraudes podem somar mais de R$ 8 bilhões.
Em uma das denúncias sobre o suposto esquema de corrupção que já foram apresentadas à Justiça Federal, 14 investigados se tornaram réus, incluindo o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
De acordo com o MPF, o grupo foi responsável por um prejuízo de R$ 402 milhões ao Funcef, em valores atualizados até 2015, contribuindo para o déficit acumulado de R$ 18 bilhões registrado pelo fundo no final de 2016. Segundo a denúncia, R$ 5,9 milhões do esquema foram direcionados ao PT.
Prisão domiciliar
Em razão dos benefícios do acordo de delação assinado anteriormente com a Lava Jato, Palocci deixou a prisão no dia 29 de novembro de 2018, depois de passar dois anos preso, e começou a cumprir prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Para fazer a oitiva de Palocci, o MPF pediu autorização à juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, substituta do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.