Opositores de Lula protestam nos arredores da sede da Justiça Federal
Manifestantes contrários ao ex-presidente levaram Pixulecos e colaram outdoor nas proximidades do prédio, em Curitiba
atualizado
Compartilhar notícia
Manifestantes contrários ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontram na tarde desta quarta-feira (10/5) em frente ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, com “Pixulecos” — bonecos do petista vestido de presidiário — e passaporte da “República de Curitiba”. O ex-chefe do Executivo nacional depõe à tarde, pela primeira vez, ao juiz federal Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato.
O local, ocupado por cerca de 200 manifestantes, reúne os apoiadores da Operação Lava Jato, ou como se autointitulam, apoiadores do juiz federal Sergio Moro. A área foi o ponto escolhido pelos movimentos contra corrupção da capital paranaense. Aos gritos de “Aqui é Curitiba, petista não se cria” e “Nossa bandeira jamais será vermelha”, o grupo pretendia permanecer no local até a noite.
Para a educadora Elizeth de Souza, o fato de Lula estar frente a frente com o juiz Sergio Moro é um fato muito mais que histórico, “simbólico”. Para ela, que segurava uma bandeira do Brasil no período monárquico, o sistema deveria mudar também. “Esse regime de presidencialismo de coalizão leva a todos os partidos se venderem, só se governa comprando outros partidos”, disse, sem confirmar sua preferência pela Monarquia.
Há grupos menores opositores a Lula, em geral moradores da cidade. Alguns carregam o Pixuleco. Um outdoor mostra a imagem do boneco com os dizeres: “Seja bem-vindo! A República de Curitiba te espera de grades abertas. “SomosTodosLavaJato”. O Movimento Brasil Livre (MBL), um dos principais opositores do ex-presidente, marcou presença, mas, até as 15h, não havia divulgado estimativa de público.
Não havia registro de confrontos entre os grupos até as 15h. Apoiadores de Lula afirmam que alguns manifestantes foram retirados à força da frente do prédio da Justiça Federal. O bloqueio no entorno vai permanecer até o fim do depoimento do petista. Depois, os militantes esperam que o ex-presidente participe de ato público na Praça Santos Andrade, próxima ao local.
Acusação
O ex-presidente é acusado pela Procuradoria da República, em Curitiba, de receber R$ 3,7 milhões em propinas da construtora OAS. Responde por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro — pena prevista de até 22 anos de prisão, se condenado. A ampliação, reforma e decoração de um tríplex, no Guarujá (SP), e o custeio do armazenamento de bens, de 2011 a 2016, seriam “benesses” dadas ao petista, em troca de negócios na Petrobras.
Até o fim da tarde desta terça-feira (9/5), 20 ônibus com manifestantes tinham chegado à capital do Paraná e outros 36 eram aguardados até esta quarta, quando acontece o Dia D da Lava Jato. Organizadores estimavam em 50 mil o total de defensores do ex-presidente. A maior concentração será na região central de Curitiba.
A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Federal montaram um megaesquema para evitar confrontos e manifestações violentas na cidade durante a audiência. Há atos em defesa da Lava Jato e de Moro. O clima é de tensão na capital paranaense.